A
sociedade, na atualidade, discute políticas de inclusão social dando a
importância á diversidade, estimulando práticas que respeitam e integram as
diferenças decorrentes de etnia, religião, gênero e outras características e
atributos pessoais.
Apesar
dos esforços que estão sendo feitos nas empresas para a inclusão da pessoa com
deficiência (PD), observa-se que as deficiências, muitas vezes, podem prejudicar
a pessoa na procura de trabalho. As PDs em vários momentos sofrem preconceitos
sendo vistas como incapaz ou geradora de custos e não de lucros.
A
legislação é um fator importante para promover a atenção social, e é objetivo
fundamental da legislação sobre saúde e deficiência proteger, promover e
melhorar a qualidade de vida e o bem-estar social dos cidadões.
Desta
forma, caro leitor, por muitas décadas e séculos, ouvintes tem rotulados a
surdez ou deficiência auditiva como fator sociobiológico que faz com que pessoas com
tal condição sejam diferentes, não as enquadrando no mundo das pessoas que
ouvem, na filosofia de que a vida humana está centralizada na audição. Durante
muito tempo, a Abordagem Oralista foi imposta à comunidade surda, abrangendo
técnicas para que os surdos falassem seguindo a língua majoritária do país de
origem e fossem aceitos socialmente e, dessa forma, a surdez era negada, o que
dificultava o aprendizado dos surdos, como também sua integração no ambiente de
trabalho, obrigando estes a se adequarem na sociedade politicamente correta.
A partir da década de
80, a comunidade dos surdos teve a oportunidade de ser vista e “ouvida” como parte
integrante da sociedade através do Bilinguismo, que possibilitou ao surdo um
desenvolvimento cognitivo-linguístico equivalente ao verificado no ouvinte,
através do acesso às duas línguas: a Língua de Sinais e a língua majoritária do
país, sendo que, no Brasil, nos referimos à Língua Portuguesa.
A luta para a
evolução da comunidade surda tem um longo caminho a ser percorrido, tanto no
que diz respeito à educação, à sociedade e à inserção no mercado de trabalho,
pois essa parcela da sociedade foi prejudicada como vimos anteriormente.
Atualmente, as pessoas com surdez ainda dependem muito do interesse por partes
de todos os envolvidos no mercado de trabalho. Podemos observar que muitas
entidades, organizações e/ou órgãos não têm acesso às informações básicas, a
fim de atender às exigências da inclusão das pessoas com deficiência no mercado
de trabalho − mais precisamente, das pessoas com surdez − ou não têm
conhecimento para lidar com essa situação.
Sendo assim, as
empresas estão conscientes das obrigações e responsabilidade social vigentes e
descritas em leis e documentos oficiais. Porém, algumas dificuldades são
encontradas e precisam ser repensadas para que sejam apresentadas como
eticamente corretas no que se refere à inclusão das pessoas com surdez no
mercado de trabalho, aumentando o respeito e a admiração por parte dos
colaboradores, clientes e fornecedores das empresas, colaborando com o processo
produtivo e administrativo destas, enfatizando o valor do conceito de
diversidade. A transformação implica na mudança do pensar social, das atitudes
e implantações que possam atender às necessidades específicas da comunidade
surda.