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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Surdo no ambiente de trabalho.

A sociedade, na atualidade, discute políticas de inclusão social dando a importância á diversidade, estimulando práticas que respeitam e integram as diferenças decorrentes de etnia, religião, gênero e outras características e atributos pessoais.
Apesar dos esforços que estão sendo feitos nas empresas para a inclusão da pessoa com deficiência (PD), observa-se que as deficiências, muitas vezes, podem prejudicar a pessoa na procura de trabalho. As PDs em vários momentos sofrem preconceitos sendo vistas como incapaz ou geradora de custos e não de lucros.
A legislação é um fator importante para promover a atenção social, e é objetivo fundamental da legislação sobre saúde e deficiência proteger, promover e melhorar a qualidade de vida e o bem-estar social dos cidadões.
Desta forma, caro leitor, por muitas décadas e séculos, ouvintes tem rotulados a surdez ou deficiência auditiva como fator sociobiológico que faz com que pessoas com tal condição sejam diferentes, não as enquadrando no mundo das pessoas que ouvem, na filosofia de que a vida humana está centralizada na audição. Durante muito tempo, a Abordagem Oralista foi imposta à comunidade surda, abrangendo técnicas para que os surdos falassem seguindo a língua majoritária do país de origem e fossem aceitos socialmente e, dessa forma, a surdez era negada, o que dificultava o aprendizado dos surdos, como também sua integração no ambiente de trabalho, obrigando estes a se adequarem na sociedade politicamente correta.
A partir da década de 80, a comunidade dos surdos teve a oportunidade de ser vista e “ouvida” como parte integrante da sociedade através do Bilinguismo, que possibilitou ao surdo um desenvolvimento cognitivo-linguístico equivalente ao verificado no ouvinte, através do acesso às duas línguas: a Língua de Sinais e a língua majoritária do país, sendo que, no Brasil, nos referimos à Língua Portuguesa.
A luta para a evolução da comunidade surda tem um longo caminho a ser percorrido, tanto no que diz respeito à educação, à sociedade e à inserção no mercado de trabalho, pois essa parcela da sociedade foi prejudicada como vimos anteriormente. Atualmente, as pessoas com surdez ainda dependem muito do interesse por partes de todos os envolvidos no mercado de trabalho. Podemos observar que muitas entidades, organizações e/ou órgãos não têm acesso às informações básicas, a fim de atender às exigências da inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho − mais precisamente, das pessoas com surdez − ou não têm conhecimento para lidar com essa situação.
Sendo assim, as empresas estão conscientes das obrigações e responsabilidade social vigentes e descritas em leis e documentos oficiais. Porém, algumas dificuldades são encontradas e precisam ser repensadas para que sejam apresentadas como eticamente corretas no que se refere à inclusão das pessoas com surdez no mercado de trabalho, aumentando o respeito e a admiração por parte dos colaboradores, clientes e fornecedores das empresas, colaborando com o processo produtivo e administrativo destas, enfatizando o valor do conceito de diversidade. A transformação implica na mudança do pensar social, das atitudes e implantações que possam atender às necessidades específicas da comunidade surda.