Iniciando este texto, destaco sobre o meu
trabalho com o público surdo e não determino a abordagem definida para o
acompanhamento. Já que estamos falando no processo de inclusão, deve estar
aberta para todas as abordagens de acordo com as demandas que estão sendo
apresentadas no consultório.
Crianças
e adolescentes com perda auditiva, questionam muitos familiares, e se perguntam
“qual é a melhor forma de terapia?”.
Considero a importância da terapia para os indivíduos
e, o contato com os surdos foi o principal motivador para atuação profissional.
Dentre eles, a importância de compreender sobre a cultura surda, sistema de
linguagem e a subjetividade do surdo. Infelizmente, poucos profissionais
especializados nesta área, assim como a família e a falta de conhecimento do
surdo sobre trabalho do psicólogo como os principais desafios, pensando a
partir do estudo aprofundados a leitura em pesquisas cientifica, terapia
familiar e recursos de materiais visuais.
O domínio da Língua de Sinais – LIBRAS, o conhecimento da comunidade
surdez são as ferramentas fundamentais que o terapeuta precisa ter.
Um
bom profissional de psicologia vai além do que é ensinado nas salas de aula de
uma universidade. Precisando, recorre aos livros, artigos, pesquisas,
congressos e outros meios que possam servir como guia em sua vida profissional.
Para aquele que decide trabalhar com surdos, existe a necessidade de se
aprofundar em outros meios. É importante conhecer a cultura surda, sua história
e a LIBRAS, cuidados que podem colaborar com o sucesso da terapia.
Em geral, a pessoa chega até a
clínica por algum comportamento e/ou componente psíquico que a incomoda,
prejudica ou fere a si mesma e a outros.
Além disso, nenhum atendimento dos
paciente são iguais. Quando isso acontece, fica sob a responsabilidade do
psicólogo desenvolver estratégias para evoluir e facilitar a intervenção. Essa
adequação metodológica ocorre também de acordo com a formação do profissional,
posto que a psicologia dispõe de uma variedade de referenciais teórico-técnicos.
Importa que o psicólogo contemple os fenômenos psicológicos que lhe são
apresentados sob o olhar ético da psicologia, o que o impõe a necessidade de
contextualizar sócio-historicamente tais fenômenos.
Como
os ouvintes, em seu devir, os surdos também podem enfrentar questões que
demandam acompanhamento psicológico. Nesse sentido, espera-se encontrar no
mercado a oferta de um serviço especializado, pois a expressão das questões
vivenciadas pelos surdos se diferencia do modo pelo qual, em geral, os ouvintes
se comunicam.
O desenvolvimento e
os processos de subjetivação do surdo merecem uma atenção diferenciada por
parte da psicologia. Eles compreendem dinâmicas distintas das investigadas
junto aos ouvintes e requerem uma abordagem metodológica específica, a começar
pelo fato do surdo em geral não se comunicar em português, mas por LIBRAS.
Assim como, o
atendimento psicológico do paciente surdo exige domínio da LIBRAS por parte do
terapeuta. Mesmo o paciente oralizado, nos momentos em que as emoções se
manifestam mais intensamente no decorrer das sessões clínicas, recorre ao uso
da linguagem gestual. Portanto, cabe ao psicólogo respeitar e habilitar-se de
modo a garantir a compreensão do paciente surdo.