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quarta-feira, 29 de junho de 2016

DEPRESSÃO NA GRAVIDEZ


    Você pegou o resultado positivo no teste de gravidez e contou a  novidade para todo mundo. A partir daí tudo ou que ouviu foi: "Parabéns! Você deve estar superfeliz!". Claro, você está feliz de ter ficado grávida, mas, mesmo assim, não se vê tão nas nuvens quanto seria de esperar. E, para falar a verdade, às vezes se sente até bem triste, o que piora a situação, pois aparece a famosa culpa, que deixa você mais deprimida. 
         Você pode estar imaginando que é a única a se sentir assim. Não, não é mesmo, de jeito nenhum. Muitas mulheres preferem esconder a tristeza na gravidez para não passar uma má impressão aos outros.      
Para algumas mulheres, a gravidez não é necessariamente uma época feliz -- cerca de 10 por cento delas têm crises de depressão nessa fase, e uma sensação de melancolia é ainda mais frequente.
            Socialmente, podemos até tentar mascarar sentimentos negativos, por acreditar que a gestação deveria ser só um período de alegrias, ou por imaginar que a tristeza não passa de mais uma daquelas famosas variações de humor que geralmente afetam as grávidas. Mas depressão clínica é um problema sério e deve ser tratado.
            A depressão pode afetar você tanto no aspecto emocional quanto no físico, além de alterar a forma como você se comporta.
Antigamente acreditava-se que os hormônios da gravidez serviam como uma espécie de "proteção" contra a depressão, já que muitas mulheres têm uma sensação de bem-estar emocional nessa fase.
            O que se sabe hoje, porém, é que as mudanças e o estresse da gestação, além da carga de cuidar de outros filhos em muitos casos, podem tornar as mulheres especialmente vulneráveis à depressão.
            Se sua vida já estava sobrecarregada e não exatamente perfeita antes mesmo da gravidez, você fica ainda mais suscetível a uma depressão ao engravidar. 
            Um dos fatores que favorecem a depressão durante a gravidez, por exemplo, são dificuldades nos relacionamentos amorosos (ou à ausência de um parceiro, num momento tão delicado).
            Uma das sugestões para que a gestação seja mais saudável, mantenha a comunicação entre você e seu parceiro aberta e sincera. Você precisa do apoio dele. Se não tiver um companheiro, procure amigos e familiares em quem possa confiar e com quem possa se abrir.
            Peça recomendação ao médico ou a amigos e conhecidos para encontrar alguém com quem se sinta à vontade. Se o estado depressivo já dura algum tempo, pode ser que você tenha que tomar algum remédio específico e seguro para grávidas. 





terça-feira, 28 de junho de 2016

MEDO DAS MUDANÇAS

Um dos sintomas que o medo nos acompanha durante todo o desenrolar de nossas vidas e não poupa ninguém. Apesar de muitas pessoas venderem uma imagem de muito corajosas e imunes ao medo, cedo ou tarde, esse sentimento estará presente.
            Há quem entenda o medo como um fator positivo e, de fato, pode ser, pois esse sentimento pode nos manter na defensiva e respeitar uma situação que pode se configurar em um perigo iminente em nossa frente. Se sentirmos receio, podemos adotar extrema cautela sobre a situação ou simplesmente fugir dela, ao passo que outra pessoa que a encara, o que pode ser perigoso, não sente medo e sim um alto grau de confiança, podendo estar sujeita a se expor e a sofrer as consequências.
            Em um assalto, é um dos exemplos, mais comum, recomenda-se nunca reagir. Não porque somos totalmente incapazes, mas sim porque estatísticas provam que, na maioria dos casos, a reação leva às piores consequências.
Então, uma pessoa que enfrenta essa situação fica com medo e tem pouquíssimas chances de se arriscar enquanto aquele ausente de medo e repleto de autoconfiança acredita que pode reverter a situação. O medo, às vezes, é importante para a nossa própria sobrevivência.
Imagine um grupo de amigos passeando de barco em uma represa. Todos eles beberam um pouco e resolveram nadar no meio da represa sem coletes salva-vidas. Todos sabem nadar e são tão confiantes que pulam na água, exceto um deles que está com muito medo e se recusa, pois entende que bebeu um pouco além do normal e isso pode ser um fator de perigo iminente para ele. Ele sabe nadar, mas, naquele momento, as condições adversas lhe proporcionam receio e ele recua. Os amigos na água o ridicularizam e o chamam de covarde até que um deles começa a se afogar, justamente o que era, entre todos, o melhor nadador. Portanto, devemos saber separar o medo da covardia.
            Então até aqui deixamos claro que o medo é muito importante em nossas vidas e por isso devemos passar toda a nossa existência sentindo medo? Não necessariamente.
            O medo é manifestada em diversas formas, assim como já conhecemos: medo de morrer, de voar, de água, de fantasmas, de briga, de envelhecer, de crescer, de matemática, de casar, de não casar, de engordar, de guerra, acidentes, de zumbis, de morcegos, de cobras, de altura, enfim, uma infinidade de tipos de medo.
            Agora falaremos de um tipo de medo que aflige muitas pessoas: o medo de mudanças! Por que a maioria das pessoas teme as mudanças? Às vezes é visível que a mudança será para melhor, mas mesmo assim causa em todos os envolvidos aquela sensação de desconforto e receio.
Por que o ser humano, quando confronta uma mudança, enxerga primeiramente o lado negativo e as consequências que essas mudanças podem trazer antes do lado positivo?
            Uma palavra muito importante que tem um papel fundamental nessa situação é a adaptação. Pois, de fato, qualquer tipo de mudança que iremos enfrentar, teremos, obrigatoriamente, um período de adaptação. É nisso que reside certos temores às mudanças, pois nós já estamos adaptados em nossa zona de conforto.

Encare seus medos e temores e não tenha receio de abandonar sua zona de conforto. O mundo lá fora pode ser sombrio, feio e perigoso, mas você está pronto para explorá-lo. 
Nós evoluímos, não vivemos mais em cavernas e mudamos muito desde então.

sábado, 25 de junho de 2016

AVALIAÇÃO ESCOLAR PARA ALUNOS SURDOS

Neste texto, estarei abordando sobre a discussão da avaliação da escrita dos alunos surdos na escola regular e as possíveis estratégias utilizadas. Para se tratar possíveis estratégias, devemos conhecer a cultura surdez e as diferenças identidades. Para isso, foram abordados aspectos relevantes sobre a educação dos surdos e as diversas filosofias envolvidas, ao longo da história, para o desenvolvimento da escola dos surdos. Apresenta-se também a legislação e o aporte que assegura a presença do interprete em sala de aula e o reconhecimento da língua brasileira de sinais?.
Libras, como língua materna dos surdos. Quanto a avaliação e suas especificidades, aborda-se o seu objetivo no processo de ensino-aprendizagem e possíveis estratégias na avaliação do aluno surdo.
Visto que a avaliação escolar consiste numa ferramenta indispensável ao processo de ensino e aprendizagem e, é um fator que há muito tempo vem sendo discutido em vários estudos, geralmente apresentando muitas controversas, acredita-se que anteriormente ao ato de avaliar, é de suma importância delinear critérios para avaliar os alunos, conhecer suas capacidades para explorá-las e oferecer um rico ambiente pedagógico, para, enfim, realizar as práticas de avaliação.
 Entretanto, elaborar uma avaliação escolar que seja coerente e justa, favorecendo tanto o aluno quanto o trabalho do professor, não é uma tarefa fácil e simplória. Quando se trata de elaborar um método avaliativo, muitos professores encontram dificuldades frente à diversidade que uma turma apresenta, principalmente quando esta diversidade está relacionada a limitações de ordem física, sensorial ou cognitiva, mais especificamente quando está relacionada a alunos que apresentam deficiências físicas, sensoriais e intelectuais.
Diante disso, questiona-se: como abordar questões relacionadas ao processo avaliativo na Educação Especial, especificamente, na avaliação do alunado surdo? Segundo Gutierres e Gama (1999) dos cinco sentidos, sem dúvidas, a audição desempenha papel indispensável para aquisição e desenvolvimento da linguagem. A linguagem oral é um meio de comunicação que além de satisfazer uma necessidade humana importante, ou seja, o comportamento social é a maneira pela qual ocorre a exteriorização de pensamentos abstratos por meio de palavras.
Gutierres e Gama (1999) acrescentam, ainda, que na maioria dos casos, o aluno surdo, por ter a privação do sentido da audição, apresenta dificuldades na comunicação oral e gráfica, necessitando assim de um desprendimento de atenção por parte do professor um pouco maior em relação aos demais da classe, já que para os surdos, a Língua Portuguesa é um instrumento linguístico que não se apresenta como recurso que vem facilitar o intercâmbio entre aluno e professor, mas um obstáculo que precisam transpor com grande dificuldade, pois, na maioria dos casos, a sua primeira língua do aluno surdo é a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) e não a Língua Portuguesa.
Partindo desse pressuposto, tendo o aluno surdo duas formas de linguagem: LIBRAS e Língua Portuguesa, pode-se deduzir que o processo ensino e aprendizagem do aluno surdo torna-se mais complexo que o dos demais alunos da classe. Difícil, porém possível, e desta maneira que devem pensar os professores que trabalham com esse grupo de alunos. Não se deve, de maneira alguma, acreditar/pensar que os alunos surdos têm impedimentos no desenvolvimento cognitivo, mas sim que eles apresentam experiências visuais e que desenvolvem sua linguagem, um dos principais fatores de aquisição de aprendizagem, de maneira diferenciada.
Na educação, a avaliação do desempenho escolar do aluno, por si só já é um tema complexo, quando pensamos em uma educação especializada envolvendo o aluno surdo torna-se mais complexo ainda, pois muitos dos métodos avaliativos são elaborados por professores ouvintes, fazendo com que, muitas vezes, esqueça-se que a linguagem, a cultura e a forma de obtenção da aprendizagem são diferentes para o aluno surdo, não levando em consideração as especificidades do aluno.
Entende-se, assim, que é importante, no ato da avaliação, levar em consideração as especificidades de cada aluno. Na educação de surdos, principalmente, é importante conhecer os aspectos que os diferenciam, respeitando-os e procurando construir um ambiente pedagógico o mais favorável possível.
O ato de avaliar o aluno, por parte do professor, é um dilema que faz parte da vida cotidiana nas salas de aula e, posteriormente transformam-se em desafios para o professor, entretanto, a avaliação é algo indispensável ao processo de ensino e aprendizagem.
Assim como, a estratégia, acredito que, cada professor, após aprimorar seus conhecimentos, inteirando-se do que é e como ocorre o processo avaliação escolar do aluno surdo, deve embasar suas práticas avaliativas no entendimento de que a aprendizagem não é um processo passivo e mecânico, mas ativo, em que os alunos surdos apresentarão vários estágios de aquisição tanto da LIBRAS quanto da Língua Portuguesa, ou seja, seus textos vão se modificando e, progressivamente, suas características não mais representam a língua 1 ou língua base, que seria LIBRAS, mas ainda não representam a língua 2 ou a língua 2, que seria Língua Portuguesa.
É importante enfatizar que as ações mediadoras utilizadas pelos professores tanto durante o processo ensino e aprendizagem quanto durante o processo de avaliação contribuirão para que o aluno surdo salte de um estágio a outro, de modo que suas produções escritas tornem-se cada vez mais distantes da LIBRAS e se aproximem, cada vez mais, em forma, conteúdo e função da Língua Portuguesa. Finalizando, que o processo de alfabetização do aluno surdo desde que esse ingressa na escola não é responsabilidade apenas do professor, mas uma conquista que exige muito estudo, trabalho, dedicação de todas as pessoas envolvidas nesse processo, no caso o aluno surdo, a família, os professores, o interprete de LIBRAS, os alunos ouvintes, profissionais em geral e a sociedade.


sexta-feira, 17 de junho de 2016

O poder das palavras!

As redes sociais são ferramentas importantes, onde podemos expor nossas sugestões, críticas, dúvidas ou então alguma reclamação, sobre os diversos assuntos. Qualquer pessoa, que faz parte neste universo de redes sociais, seja computador ou celular, pode “postar” o que bem entender.
O que muitas pessoas, os usuários, não estão atentas é para a responsabilidade e consequências de sua opinião, altamente exposta. Confusões criadas, devido a uma postagem que acabou por ofender pessoas, empresas, políticos, entre outros. De Aécio e Dilma que o digam. As discussões acaloradas são exemplos da falta de controle de alguns usuários, que partiram muito mais para o campo das provocações do que para o debate sobre os planos de governo dos candidatos.
O livre acesso ás redes sociais, facilita a exposição do assunto, mais comentado no momento. Mas, nem tudo, é motivo para se escrever na internet. Se a principal causa for à reclamação, muitos usuários, não pensam mais do que uma vez, antes de expressar a sua raiva ou frustração. Ora, esquecemos que ainda existe essa ferramenta, como uma conversa pessoal, ao vivo e a cores, sabia?
Claro, que existem, as exceções, quando as coisas só se resolvem através da exposição do problema ou pressão popular, iniciadas nas redes sociais. Isso é indiscutível. Mas antes de postar algo, faça para si mesmo, a pergunta: “Isso, que está postando, você teria coragem de falar na frente de 500 pessoas?”.
Todos nós sabemos que a palavra é o reflexo do que se pensa e deseja, e que ela tem impacto direto na vida, seja para agradar ou agredir alguém. E não é só quem não tem papas na língua que se atropela ao falar demais, da forma ou na hora errada. Na maioria das vezes, não se mede o impacto que uma palavra pode ter. Mas a palavra levanta ou derruba, emociona ou fere, traz felicidade ou decepção, aproxima ou afasta. Tem o poder de exprimir o amor, alegria, respeito, admiração, a generosidade, mas também da forma como é falada, ou escrita, pode carregar a inveja, ódio, sarcasmo, etc. Por isso, é tão importante, ter o cuidado com o que você fala e se como se fala, o tom da voz. E não esqueça, que a palavra vem acompanhada de gestos, da respiração, ritmo que também fará parte de como ela será compreendida.
Assim como, ninguém além de você está no controle da aeronave da sua própria vida. O destino e a forma da condução é você quem escolhe. Todos os dias, temos não só a oportunidade, mas o dever da humildade de olharmos para nos mesmos e a nossa volta e , por alguns instantes, refletirmos se nossas queixas tem algum motivo realmente válido.
Mas tente mudar, mais uma vez, a forma de ver as coisas. Existem muitos exemplos de pessoas que passaram por problemas e enfrentaram muitas dificuldades piores que a sua e sorrindo, deram a receita de suas vitórias. Bom humor e alegria podem não ser a chave para o sucesso, mas fazem parte da sua composição.


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terça-feira, 14 de junho de 2016

É tão ruim ser surdo?

Para aquele que não ouve, entender a surdez como problema é resultado de uma construção do mundo ouvinte, que tem dificuldade em aceitar as diferenças em vários níveis. Como pode alguém viver sem ouvir? Como essa pessoa se sente? O que pensa? O que sonha? Como consegue se comunicar? Esses são as perguntas mais comuns de pessoas ouvintes por estereotipo, ou seja, o individuo surdo é visto como incapaz de se desenvolver em alguns aspectos, especialmente com a linguagem e aprendizagem.
A língua Brasileira de Sinais (Libras), tão defendida e usada nas comunidades e culturais surdas do Brasil todo, pode ser extrema importância para os surdos, em especial quando entram na adolescência e buscam autonomia, conhecem pessoas na mesma situação, que experienciam o mundo principalmente de forma visual. Por meio desse encontro é possível estabelecer identificações e pensar sobre as dificuldades presentes na cultura de qualquer minoria, sem o rótulo da desvantagem, da incapacidade e do déficit que precisa ser corrigido. Com o Bilinguismo ( Libras e Português), o surdo é capaz de transitar entre duas culturas diferentes e ter acesso ao que pertence á cultura geral, com a leitura e a escrita do português, e é por isso, que ele é essencial.
Questionando então, a surdez é um problema para o surdo? Talvez, depende da forma que conceber a surdez – patologia ou outra cultura? A tentativa de adaptar o surdo, enquadrando-o nos moldes “ouvintistas” ( conjunto de representações dos ouvintes, obrigando-o a olhar-se e narrar-se como se fosse ouvinte), mostraria, a fragilidade que temos para lidar com o desconhecido e o diferente.
A mudança de visão sobre a surdez passa pelo seu reconhecimento como diferença, um reconhecimento politico que tem consequências em todas as esferas da vida dos surdos. Se essas pessoas tivessem acesso a uma língua que não dependa do recurso da audição, os estigmas e os problemas apontados nela não aparecem mais, o que significa que são produzidos por condições sociais.
Quando tratamos da constituição do sujeito pela linguagem, não há muitas diferenças entre ouvinte e surdos. Apesar de que não ouvirem, os surdos também são “falados pelos outros” que cuida deles, sofrem o efeitos dessa fala e também entram na mesma estrutura de linguagem que os ouvintes, já que a estrutura simbólica é uma só. O que muda é que o surdo usa outras formas, geralmente o visual, diferentemente do ouvinte.
Não é falta de audição e de fala que impedirá que isso ocorra, e sim o modo com o adulto lerá, interpretará e falará com o bebê surdo, a partir de suas representações sobre a surdez, a vida, a infância, a sociedade, e assim por diante. É pela recepção que lhe reserva o adulto cuidador que a surdez orgânica será vista negativa ou positivamente pelo surdo.
                A cultura, a linguagem e o diálogo são fatores essenciais para o desenvolvimento do individuo. É justamente esta é a área comprometida no surdo. A conclusão é que as consequências da surdez ultrapassam as dificuldades comunicativas e atinge todas as áreas do desenvolvimento. Por isso, reconhecer o surdo em todas as suas potencialidades é fundamental. O desenvolvimento linguístico e a aprendizagem de uma língua são fundamentais para a formação da cognição. Embora a criança surda se depare com muitas dificuldades devido aos aspectos do desenvolvimento linguístico, suas potencialidades de desenvolvimento de estruturas e funções cognitivas são as mesmas que as das crianças ouvintes.
Como vimos, é importante para o desenvolvimento global da criança surda que ela tenha cesso a língua de sinais no ambiente social que ela vive, especialmente ambiente familiar e também escolar. Como a maioria das crianças surdas nasce em famílias de pais e irmãos ouvintes, muitas vezes existe a ausência de compromissos quanto á atenção sobre o desenvolvimento linguístico dessa criança na modalidade da língua de sinais. Essa ausência de compromisso é evidenciada justamente pela criança ter acesso natural á língua de sinais da qual ela tem possibilidades de adquirir.
Por fim, os surdos são indivíduos semelhantes a qualquer outro, com características pessoais, apenas portadores de uma surdez. A experiência da surdez lhes permite perceber o mundo de forma diferenciada através do sentido visual. Essa percepção diferenciada cria uma cultura especifica com “códigos” próprios, formas de organização, de solidariedade, de linguagem, de juízos de valores, de arte, distintas da cultura abrangente da sociedade onde a maioria é de ouvinte.


sábado, 11 de junho de 2016

Movimento Feminista é moda?

Espero que não!
Moda é algo que entra e sai e surge nova coleção de roupas ou estilos. Fico aqui, pensando sobre este movimento nos últimos tempos. Estupro coletivo, o caso em Piauí, a situação de uma menina universitária, que mentiu sendo tocada no ônibus T1 de Porto Alegre, o ator Johnny Depp agrediu sua esposa e por último o caso do cantor Mc Biel. Junta tudo isso em uma panela. Será que não estamos falando do mesmo assunto?
O fato de tais crimes acontecerem no privado/íntimo torna a sua punição dependente de uma dimensão subjetiva, que é a decisão, tomada pelas mulheres, de não aceitar se submeter às agressões, de não a ocultarem, mas as tornarem públicas, recorrendo às instituições sociais. Tal dimensão subjetiva está exposta às contradições das relações modernas entre o público e o privado. Se a esfera social/pública, por um lado, cria normas que condenam a violência contra as mulheres, por outro lado, é ainda controlada pelos próprios perpetradores da violência, que permanecem protegidos por um sistema social androcêntrico.
As mulheres podem decidir denunciar a agressão, mesmo sob o risco de romper o vínculo, o que significaria a conquista da autonomia, a emancipação em relação às normas massificadas. Mas podem também permanecer vinculadas ao agressor, recusando-se a denunciá-lo, por diversos motivos, entre eles, a própria dificuldade de contar com o apoio de instituições sociais, mas também por se tornarem reféns do dispositivo psicológico, que já assumiu as normatizações do mundo social, consolidando a culpa e o sentimento de fracasso por terem acreditado nas promessas de amor do agressor ou por assumir unilateralmente a responsabilidade pelo projeto de família.
A construção desses traços rígidos e estereotipados produz as chamadas dificuldades psicológicas, reafirmadas pelo medo e insegurança em romper com valores tão engessados socialmente. Evidente está que a luta feminista segundo a qual "o privado é público" necessitaria, para se constituir como uma prática crítica, ser apropriada pelas mulheres que sofrem violência. A percepção dos elementos distintivos entre norma moral e a construção normativa só se faz possível a partir de um engajamento crítico-político, e o feminismo possibilita essa reflexão. No entanto, desestabilizar normas morais não é uma tarefa fácil quando nos constituímos dentro dessa argamassa de violências.
A lei sem dúvida representa uma importante conquista do movimento feminista, por acreditar na eficácia simbólica da lei ao longo dos anos, mas nem de longe será responsável pela diminuição dessa prática. Pelo contrário, o que vemos no cenário atual é um recrudescimento da violência: quanto mais avançamos em termos de denúncias e resistência às agressões, maior o ódio dirigido às mulheres. Por outro lado, há um cinismo nessa prática moderna de dizer que o que se passa na esfera privada, doméstica, deve permanecer aí, justamente porque, por outro lado, a deterioração do mundo público, político, nos obriga a investir nossas intensidades e paixões no mundo privado (Sennett, 1998), o que o torna um lugar bastante vulnerável à violência.
Assim como, a partir do encontro terapêutico que constitua subjetividades políticas permite articular os aspectos socioculturais e os aspectos psicológicos implicados na prática da violência. Nesse sentido, dissolve o que parece ser uma oposição entre cultura e psiquismo, implicando as relações de gênero com a exigência, própria do mundo moderno, da autonomia em relação a determinações alheias à cultura humana. Dessa forma, fica desautorizada a manobra da razão patriarcal de fundar na natureza a oposição hierárquica entre os sexos – origem das mais distintas formas de violência contra as mulheres –, ainda que essa natureza seja uma segunda natureza, uma estrutura que se apresenta como fixa e insuperável. Torna-se necessário e urgente o desenvolvimento de uma forma especial de escuta da narrativa das mulheres que procuram ajuda por sofrerem violência. Ao narrarem suas vidas, as mulheres expressam uma multiplicidade de sentidos, tanto aqueles já fixados pela estrutura patriarcal, como sentidos genuínos, ainda que precários, que resistem a serem reintegrados nos significados e estereótipos da 'velha' estrutura.




domingo, 5 de junho de 2016

Quero ser mulher....



O filme que fez sucesso , este ano, na bilheteria chama-se A GAROTA DINAMARQUESA, dirigida pelo Tom Hoper. Neste mesmo filme, foi realizado com a base na história real da primeira cirurgia de redesignação sexual, destaca discussão sobre afetos, sublimação e constituição do sujeito.
Na história, Gerda e Einer, considerado como um casal feliz, ambos os pintores na Dinamarca do período entreguerras. A mudança acontece após uma brincadeira: Einer traveste-se de mulher e assume o nome de Lili, para acompanhar Gerda em um baile sem ser notado. Este ato funda uma nova subjetividade e , a partir de então, é Lili quem rouba a cena.
O grande mérito desta obra, embasado em uma história real, é justamente conduzir a narrativa problematizando não apenas a experiência de Lili, mas a reação que ela provoca nos amigos, na própria esposa, e no contexto público.
O principal drama da Lili encontra seu ápice ao aventar-se a possibilidade da realização da cirurgia de redesignação sexual, por meio qual a Lili estaria livre do último elo com Einer.
Se hoje, tal procedimento é de baixo risco, na época suas chances de fracasso eram altíssimas. Paradoxalmente, a sobrevivência de Lili poderia implicar em sua morte. Igualmente graças á organização política, pessoas trans podem hoje encontrar certos amparo e trocas de experiências e saberes entre si, o que não era o caso dos anos 20.
A grande diferença serve para ressaltar o papel central de Gerda, que mesmo sabendo que tal caminho, implicaria no fim de seu casamento, apoia incondicionalmente Lili, na busca por sua identidade e por sua nova vida. Através da dificuldade, apresentada pela Gerda, por ser uma mulher, encontrava para viver de sua arte, ao passo que o (então) marido Einer, gozava de um sucesso retumbante. A nova mudança ocorre, quando usa a Lili como modelo, convencendo seu marido a posar para ela vestindo sapatilhas de ballet. Para o pintor, no entanto, a situação revela a verdade sobre a sua essência e torna cada vez mais impossível viver sob a identidade de um homem.
Sua relação é migrada da cama para a tela, evocando uma imagem acabada de uma das versões freudianas da sublimação, processo psíquico no qual se abre mão de uma satisfação sexual direta em beneficio de uma atividade cultural. Gerda depara-se assim o grande sucesso inesperado a partir dos retratos que pinta da Lili, onde então a mesma recusa-se a voltar pintar e decide: “Quero ser uma mulher..”Assim como, uma característica muito forte da personagem principal, Lili, é uma mulher á frente do seu tempo tanto no sentido de vanguarda social quanto da antecipação do sujeito, tal como a Psicanálise a concebe.
Por fim, o roteiro do filme e a brilhante atuação dos atores. Pela primeira vez, encontra-se tanto uma bilheteria quanto uma narrativa para o público grande, no fim, tão interessante quanto a transição da protagonista é a forma como a esposa lida com a situação. Por isso, não é difícil enxergar uma heroína tanto em Lili quanto em Gerda. Assim, A Garota Dinamarquesa a extraordinária de Lili, pode ser classificada como um belo retrato das dores do casamento e do amor incondicional.

  


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Você é um pai/mãe helicóptero?

Deve estar se perguntando o que significa isso, pais helicópteros?. Pois então, todos os pais tem o grande desejo maior, é ver a evolução dos seus filhos realizados e felizes, e em geral não medimos esforços para isso. Mas tem certos casos, os pais acabam se convertendo numa superproteção que impede os filhos em busca do amadurecimento. Por isso, são chamados de pais helicópteros, que estão sempre “sobrevoando” a vida dos filhos para afastar perigos e sofrimentos.
Este termo nasce da ideia de “sobrevoar” pela vida dos filhos para evitar-lhes qualquer situação de perigo e exercer controle sobre suas decisões. Para pais helicópteros, seu filho sempre será um bebê, sem importar a idade que ele tiver.
Em grande medida, o desenvolvimento emocional dos filhos depende do carinho, dos cuidados e da atenção que eles recebem dos seus pais, sobretudo nos primeiros anos de vida. No entanto, uma criação protetora em excesso pode prejudica-los ao invés de beneficiá-los, mais ainda quando tal conduta não se limita às primeiras idades, mas se estende até a juventude dos filhos.
Esta situação cria uma dependência total dos pais e, por isso, quando são adultos, os filhos costumam ter dificuldades nos seus empregos e na tomada de decisões importantes, como tornarem-se independentes ou contrair matrimônio.
A superproteção pode criar alguns vazios no âmbito psicológico, como imaturidade, insegurança, dependência, fraqueza, nervosismo, timidez, intolerância ao fracasso, pouca capacidade de adaptação, dificuldade de resolver problemas, incapacidade de assumir responsabilidades e relacionar-se com os outros.
Os pais devem também permitir que os filhos cometam seus próprios erros, porque eles trazem aprendizados. Mesmo as decepções e sofrimentos, como não entrar para o time do colégio, ser o último colocado numa competição ou ficar de castigo na escola, são situações com as quais a criança precisa lidar, para enfrentar posteriormente as dificuldades bem mais sérias que encontrará na vida adulta.
          Assim como é muito importante, claro que, para chegar lá, os pais precisam vencer os próprios medos. Mas outros temores podem ser exagerados, como por exemplo, a desconfiança excessiva de estranhos, acentuada por notícias recorrentes sobre pedófilos ou sobre sequestros.