No programa no Domingão do Faustão, uma ex participante do BBB
compartilhou seus planos profissionais publicamente e finalizou a frase mais ou
menos assim “se não der certo, viro bailarina”. O apresentador ressaltou que as
coisas não funcionariam por este caminho e as dançarinas do programa, ficaram
revoltadas, dizendo que por trás disso, lutaram, e estudaram bastante.
Em uma das escolas que polemizou diversas notícias e fotos na
internet em uma atividade chamada “se nada der certo”, e os alunos vestindo-se
com roupas representando as profissões a “fracassados”. Eram “fantasias” de
garis, vendedores, cozinheiros, moradores de rua, faxineiros, empregados
domésticos e por ai vai...
Mas vamos refletir...onde tudo começa? Não é em casa e na escola?
Vamos tentar nos perguntar e responder. Os jovens que estão
matriculados na escola, já estão dando errado na vida?
Os alunos podem ser jovens na idade, mas o desprezo por quem
não tem diploma universitário ou alta remuneração mostra mentes tacanhas. Onde
estão os jovens que sonham com um novo futuro, de igualdade, justiça e respeito
para todos? Esses costumam dar mais certo na vida.
A atividade realizada mostra que, às vezes, o preconceito
está tão arraigado que chega a se naturalizar. Tanto que a escola afirma, na
nota de esclarecimento, que o objetivo era só “trabalhar o cenário de não
aprovação no vestibular”. Aparentemente, não parecia haver nada de errado, e
foi necessária a disseminação da polêmica para que o tema se tornasse objeto de
reflexão.
Mas este caso é apenas uma amostra de diversas atividades
discriminatórias que ainda acontecem pelas escolas. Por exemplo, é mais comum
do que se pensa que, no dia dos pais ou das mães, não haja previsão para
acolher novos modelos de família, integradas por casais do mesmo sexo; da mesma
forma, pouco se sabe lidar com as situações de novos companheiros dos pais e
mães separados. As festas juninas são outro cenário de manifestação de
preconceitos “naturalizados”: as crianças são vestidas com roupas remendadas,
pintam a boca como se faltassem dentes, usam combinações cafonas e dançam de um
jeito esquisito para imitar os “caipiras”. É o cidadão do meio urbano zombando
do habitante do interior. Em todas essas ocasiões, os valores registrados no
projeto pedagógico estão bem distantes da prática.
Por fim, fica também a reflexão sobre o conceito de sucesso e
fracasso. No conceito atual de liderança, a principal atividade não é comandar,
mas servir. O papel do líder é facilitar o trabalho para que a equipe se sinta
motivada e desafiada a fazer coisas incríveis. Mas mesmo ser o líder não é
necessariamente sinônimo de sucesso na vida. Sucesso tem mais a ver com
felicidade, bem-estar, equilíbrio pessoal, empatia. Sentimentos dos quais quem
lava, arruma, limpa, faxina e conserta, mesmo enfrentando dificuldades
inimagináveis, pode entender mais do que muita gente.
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