Seguidores

sábado, 25 de junho de 2016

AVALIAÇÃO ESCOLAR PARA ALUNOS SURDOS

Neste texto, estarei abordando sobre a discussão da avaliação da escrita dos alunos surdos na escola regular e as possíveis estratégias utilizadas. Para se tratar possíveis estratégias, devemos conhecer a cultura surdez e as diferenças identidades. Para isso, foram abordados aspectos relevantes sobre a educação dos surdos e as diversas filosofias envolvidas, ao longo da história, para o desenvolvimento da escola dos surdos. Apresenta-se também a legislação e o aporte que assegura a presença do interprete em sala de aula e o reconhecimento da língua brasileira de sinais?.
Libras, como língua materna dos surdos. Quanto a avaliação e suas especificidades, aborda-se o seu objetivo no processo de ensino-aprendizagem e possíveis estratégias na avaliação do aluno surdo.
Visto que a avaliação escolar consiste numa ferramenta indispensável ao processo de ensino e aprendizagem e, é um fator que há muito tempo vem sendo discutido em vários estudos, geralmente apresentando muitas controversas, acredita-se que anteriormente ao ato de avaliar, é de suma importância delinear critérios para avaliar os alunos, conhecer suas capacidades para explorá-las e oferecer um rico ambiente pedagógico, para, enfim, realizar as práticas de avaliação.
 Entretanto, elaborar uma avaliação escolar que seja coerente e justa, favorecendo tanto o aluno quanto o trabalho do professor, não é uma tarefa fácil e simplória. Quando se trata de elaborar um método avaliativo, muitos professores encontram dificuldades frente à diversidade que uma turma apresenta, principalmente quando esta diversidade está relacionada a limitações de ordem física, sensorial ou cognitiva, mais especificamente quando está relacionada a alunos que apresentam deficiências físicas, sensoriais e intelectuais.
Diante disso, questiona-se: como abordar questões relacionadas ao processo avaliativo na Educação Especial, especificamente, na avaliação do alunado surdo? Segundo Gutierres e Gama (1999) dos cinco sentidos, sem dúvidas, a audição desempenha papel indispensável para aquisição e desenvolvimento da linguagem. A linguagem oral é um meio de comunicação que além de satisfazer uma necessidade humana importante, ou seja, o comportamento social é a maneira pela qual ocorre a exteriorização de pensamentos abstratos por meio de palavras.
Gutierres e Gama (1999) acrescentam, ainda, que na maioria dos casos, o aluno surdo, por ter a privação do sentido da audição, apresenta dificuldades na comunicação oral e gráfica, necessitando assim de um desprendimento de atenção por parte do professor um pouco maior em relação aos demais da classe, já que para os surdos, a Língua Portuguesa é um instrumento linguístico que não se apresenta como recurso que vem facilitar o intercâmbio entre aluno e professor, mas um obstáculo que precisam transpor com grande dificuldade, pois, na maioria dos casos, a sua primeira língua do aluno surdo é a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) e não a Língua Portuguesa.
Partindo desse pressuposto, tendo o aluno surdo duas formas de linguagem: LIBRAS e Língua Portuguesa, pode-se deduzir que o processo ensino e aprendizagem do aluno surdo torna-se mais complexo que o dos demais alunos da classe. Difícil, porém possível, e desta maneira que devem pensar os professores que trabalham com esse grupo de alunos. Não se deve, de maneira alguma, acreditar/pensar que os alunos surdos têm impedimentos no desenvolvimento cognitivo, mas sim que eles apresentam experiências visuais e que desenvolvem sua linguagem, um dos principais fatores de aquisição de aprendizagem, de maneira diferenciada.
Na educação, a avaliação do desempenho escolar do aluno, por si só já é um tema complexo, quando pensamos em uma educação especializada envolvendo o aluno surdo torna-se mais complexo ainda, pois muitos dos métodos avaliativos são elaborados por professores ouvintes, fazendo com que, muitas vezes, esqueça-se que a linguagem, a cultura e a forma de obtenção da aprendizagem são diferentes para o aluno surdo, não levando em consideração as especificidades do aluno.
Entende-se, assim, que é importante, no ato da avaliação, levar em consideração as especificidades de cada aluno. Na educação de surdos, principalmente, é importante conhecer os aspectos que os diferenciam, respeitando-os e procurando construir um ambiente pedagógico o mais favorável possível.
O ato de avaliar o aluno, por parte do professor, é um dilema que faz parte da vida cotidiana nas salas de aula e, posteriormente transformam-se em desafios para o professor, entretanto, a avaliação é algo indispensável ao processo de ensino e aprendizagem.
Assim como, a estratégia, acredito que, cada professor, após aprimorar seus conhecimentos, inteirando-se do que é e como ocorre o processo avaliação escolar do aluno surdo, deve embasar suas práticas avaliativas no entendimento de que a aprendizagem não é um processo passivo e mecânico, mas ativo, em que os alunos surdos apresentarão vários estágios de aquisição tanto da LIBRAS quanto da Língua Portuguesa, ou seja, seus textos vão se modificando e, progressivamente, suas características não mais representam a língua 1 ou língua base, que seria LIBRAS, mas ainda não representam a língua 2 ou a língua 2, que seria Língua Portuguesa.
É importante enfatizar que as ações mediadoras utilizadas pelos professores tanto durante o processo ensino e aprendizagem quanto durante o processo de avaliação contribuirão para que o aluno surdo salte de um estágio a outro, de modo que suas produções escritas tornem-se cada vez mais distantes da LIBRAS e se aproximem, cada vez mais, em forma, conteúdo e função da Língua Portuguesa. Finalizando, que o processo de alfabetização do aluno surdo desde que esse ingressa na escola não é responsabilidade apenas do professor, mas uma conquista que exige muito estudo, trabalho, dedicação de todas as pessoas envolvidas nesse processo, no caso o aluno surdo, a família, os professores, o interprete de LIBRAS, os alunos ouvintes, profissionais em geral e a sociedade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário