O Brasil inteiro
acompanhou as noticias de Suzane Richthofen e os irmãos cravinhos. Mas a final,
o que passou na cabeça da Suzane e o que incentivou a planejar o crime?
Entre
estas e outras perguntas, a noticia parece um roteiro de novelas, no horário
nobre e garante sucesso do público na Rede Globo. É tão semelhante como os
personagens, como por exemplo, uma jovem
rica, bonita , inteligente e que se apaixona por um sujeito oposto da sua vida,
mas acha excitante viver aquela malandragem sem fim.
Uma
jovem como Suzane, na época tinha 19 anos, era estudante de Direito da PUC em
São Paulo, filha de pais intelectuais e herdeira e um grande patrimônio. Além
da Suzane, tinha mais um irmão, mais novo. Foi quando, o planejamento de Suzane
e Daniel cravinhos, na época tinha 21 anos, a morte dos pais com ajuda de irmão
de Daniel com Barras de ferro previamente reforçadas com pedaços de madeira e
espancaram o casal até a morte.
No
caso de Suzane, e outros que encontramos diariamente nas redes sociais ou
noticias, o crime violento não foi um impulso, mas o último capítulo de uma
tragédia crescente, que seguiu um ciclo vicioso: quanto mais os pais se opunham
ao namoro, mais o jovem casal se unia e mais insistentes se tornavam as ameaças
paternas para separá-los.
Entre
as várias perguntas que o fato sugere, uma remexe com o estômago de qualquer
um: por que assassinar cruelmente e não, simplesmente, ir embora? O que fez com
que esses dois jovens não pudessem encontrar outra forma de enfrentar a
oposição ao namoro e incluíram a violência? Até agora, os principais envolvidos
não ofereceram resposta para isso. Suzane alega estar apaixonada, a ponto de
afirmar, durante interrogatório policial, que Daniel se transformara em uma
obsessão. Diante as declarações que, ao lado das informações sobre o consumo de
maconha, entretêm a mídia e a opinião pública, mas pouco acrescentam para
explicar o caso. Antes disso, elas caem
como uma luva para uma alegação de crime passional cometido sob efeito de
entorpecente, que parece ser a estratégia da defesa de Suzane para conseguir
uma pena mais branda e tratamento mais simpático da imprensa. Sem defesa e sem
estratégia, os irmãos Daniel e Cristian já admitiram que pensavam na herança.
Para
entender a motivação de Suzane, um caminho possível é identificar os fatores de
risco aos quais ela esteve exposta e como ela se comportou frente a cada um
deles. A explosão da violência nesses casos pode ser sintoma de psicopatia: um
distúrbio de personalidade que decorre de um problema neurológico congênito ou
de um trauma. O comportamento anti-social e os problemas de relacionamento com
a família ou com amigos são, geralmente, indicadores desse distúrbio.
Para o futuro de
Suzane, a resposta é especialmente importante, uma vez que o tipo da pena e sua
duração dependem da sanidade mental do infrator. Se for considerada incapaz de
compreender o caráter ilícito do seu ato, ela estará isenta da condenação, como
diz o artigo 26 do Código Penal.
Só
um laudo específico e detalhado, que deve incluir exames laboratoriais,
psicológicos e psiquiátricos, vai determinar o estado neurológico de Suzane.
Por enquanto, os especialistas traçam hipóteses.
Sob a
aparência saudável, os sociopatas contam com capacidade intelectual normal ou
acima da média, percepção aguda e linha de pensamento sem alterações. A parte
doentia, no entanto, demonstra um desprezo pelas obrigações sociais, nenhum
sentimento de empatia pelas outras pessoas, dificuldade em controlar impulsos e
um amor-próprio exacerbado. Ou seja, transtornos sociopatas podem ser
identificados na insensibilidade e na falta de afetividade. Essa
insensibilidade diante da culpa foi testada, submetendo sociopatas criminosos a
cenas estressantes e medindo sua resposta fisiológica.
Assim
como, a origem da doença ainda é um mistério. Se
os números mostram o quanto são raras as doenças que levam ao comportamento
agressivo extremo, os neurocientistas apresentam uma teoria estatisticamente
muito mais provável para o desencadeamento da violência em pessoas
aparentemente normais. Segundo especialistas, destacam que cerca de dois terços
do aprendizado humano derivam da interação social. Nessa batalha entre o
impulso violento e a trava social, vence o lado que tiver mais força e
influência em nossas vidas. Quando prevalece o impulso, o corpo se prepara para
o ataque, que nem sempre é instantâneo, irracional. Transpostas as travas, o
monstro está à solta e pode aguardar à espreita, entre férulas e sombras, o
momento do bote.
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