Seguidores

quinta-feira, 26 de maio de 2016

LIBRAS no Consultório?

Libras, para quem não conhece, é a Língua de Sinais. É um instrumento muito importante, pois amplia as possibilidades de comunicação melhor no atendimento entre psicólogos e os pacientes surdos. Neste sentido, percebe-se também a importância de qualificação para a população com surdez, pois a intervenção do psicólogo em sua maioria é voltada para intervenção oral-auditiva e não gestual-visual.
Infelizmente, muitos surdos não possuem acesso ou nunca tiveram oportunidades aos serviços psicológicos, seja por condições financeiras, ou porque a administração pública não oferece esse tipo de atendimento.
O profissional não deve ser limitado a técnicas a serem aplicadas. Aprender Libras é adaptar as modalidades de acolhimento psicológico, promover o acesso ao cuidado de saúde, e reduzir as barreiras comunicativas, favorecendo a inclusão social desses indivíduos.
Não é somente o ensino de uma teoria/história que permita a crítica às diferentes psicologias que fará esta pluralidade de concepções avançar como ciência e profissão. Além disso, a formação do psicólogo deve propiciar a produção do conhecimento no processo de aprender, transformando a realidade, sistematizando e trocando idéias, através de materiais escritos pelos estudantes que gerem polêmica, re-estudos, novas elaborações. Teorias e práticas devem se articular. As implicações políticas, culturais e ideológicas das práticas devem se constituir como pontos de reflexão. Os professores devem se expor, explicitando o fundamento daquilo que ensinam e a inconsistência das teorias que estudam. Mais do que em qualquer campo do conhecimento, os especialistas precisam desenvolver uma visão de totalidade e romper com os limites de suas áreas, problema sério na psicologia.
Considerando dados do senso do IBGE de 2000, em que 4.685.655 de pessoas residentes no Brasil, apresentam alguma dificuldade permanente de ouvir, é necessário reconhecer a diferença cultural do povo surdo, e perceber a cultura através do reconhecimento de suas diferentes identidades, histórias, subjetividades, línguas, a valorização de suas formas de viver e de se relacionar, de modo a retirar essas pessoas da invisibilidade/exclusão (Strobel, 2008).
Em meio às divergências de línguas e culturas, o psicólogo deve habilitar-se para atender as demandas que possam surgir no ambiente terapêutico, buscando uma formação teórica e metodológica que lhe permita compreender seu objeto de estudo (Conselho Federal de Psicologia, 2005)
Há uma relevância do contato com a disciplina na formação, confirmado pelo Decreto 5.626/2005, que dispõe a Língua Brasileira de Sinais – Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação, acendendo uma visão de inclusão/integração.
Ressaltando sobre os projetos de políticas públicas são considerados dispositivos que ampliam as práticas de inclusão, viabilizando a montagem de um sistema de inserção eficaz de profissionais a redes sociais de atenção. Nesse caso, deve-se adaptar o psicólogo para a diversidade de demandas apresentadas na sociedade, favorecendo tanto o profissional, quanto o usuário do serviço, numa tentativa de tornar possível o acesso igualitário.
Sendo assim, há uma contribuição importante para a compreensão das questões relativas ao atendimento psicológico instrumentalizado frente ao surdo, levantando a possibilidade de inclusão efetiva a partir da implementação de leis, políticas públicas favorecidas ao surdo.
Pode-se concluir que são necessárias novas pesquisas para ampliar o leque de temáticas nesse contexto, atentando para a saúde psicológica de todos, com um enfoque para os surdos, por já possuir uma visão diferenciada dos demais, e a instrumentalização desses profissionais para assistir essa população minoritária.

Referência Bibliográfica

Um comentário: