Seguidores

sexta-feira, 25 de março de 2016

LIVRO: O homem que não conseguia parar- TOC e a História real de uma vida perdida em pensamentos - David Adam (2014)

O Livro mostra quando o sujeito reconhece nos pensamentos exagerados e bizarros, e permanece de um jeito que você não consegue esquecer. Para tentar se livrar desses pensamentos, você já criou rituais como conferir certo número de vezes se trancou a porta da sala, lavou as mãos repetidas vezes, bateu na parede toda vez que escutou determinada palavra porque, caso não o fizesse, cada um da sua família correria risco de morte? Você percebe que aqueles pensamentos são irracionais e inconvenientes, contudo, o quanto mais pensa que deve esquecer, mais se lembra de tudo deles?
    O livro está repleto de relatos que farão com que aquele que possui sintomas similares não se sinta sozinho ou tão envergonhado pela própria excentricidade.
      Pessoas que realmente desenvolvem quadros de TOC podem gastar até seis horas por dia em suas obsessões e quatro horas em suas compulsões em busca de alívio. Desvia-se então toda a energia vital para pensamentos fixos e suas variáveis em um quebra-cabeças mental de como não contaminar-se por uma doença, não agredir alguém ou mesmo se está suficientemente limpo. A complexidade dos sintomas e sua mistura entre real, imaginário, culpa, rituais e vida prática é tanta que a aceitação e busca de ajuda pode levar até dez anos.
            Os profissionais que trabalham na área sabem que não faltam exemplos de compulsões. Muito além de comer unhas, as pessoas podem arrancar cabelos e até comê-los (ou só os seus bulbos), falar palavras obscenas, tocar partes do corpo, entre milhares de outras coisas.  Não existem limites nem para a invenção aplicável em um ritual de alívio e muito menos para suas consequências.
            Sendo assim, o livro narra, ao lado do drama pessoal vivido pelo escritor, que tinha medo de ser infectado pelo vírus do HIV, a infelicidade de diversos outros como o caso da jovem que comeu as paredes da própria casa, os jovens que morreram soterrados no lixo que eles próprios acumularam, compulsivamente, em sua casa ou o jovem brasileiro que ficou cego em um ritual de tocar suas órbitas oculares constantemente.
            Alerta-nos ainda para a real necessidade de não nos permitirmos estacionar nesse lado escuro da mente, onde os pensamentos nos invadem e nos paralisam, bem como a procurar ajuda especializada para o enfrentamento desses sintomas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário