O Livro mostra quando o sujeito reconhece nos pensamentos exagerados
e bizarros, e permanece de um jeito que você não consegue esquecer. Para tentar
se livrar desses pensamentos, você já criou rituais como conferir certo número
de vezes se trancou a porta da sala, lavou as mãos repetidas vezes, bateu na
parede toda vez que escutou determinada palavra porque, caso não o fizesse,
cada um da sua família correria risco de morte? Você percebe que aqueles
pensamentos são irracionais e inconvenientes, contudo, o quanto mais pensa que
deve esquecer, mais se lembra de tudo deles?
O livro está repleto de relatos que farão com que aquele que
possui sintomas similares não se sinta sozinho ou tão envergonhado pela própria
excentricidade.
Pessoas que realmente desenvolvem
quadros de TOC podem gastar até seis horas por dia em suas obsessões e quatro
horas em suas compulsões em busca de alívio. Desvia-se então toda a energia
vital para pensamentos fixos e suas variáveis em um quebra-cabeças mental de
como não contaminar-se por uma doença, não agredir alguém ou mesmo se está
suficientemente limpo. A complexidade dos sintomas e sua mistura entre real,
imaginário, culpa, rituais e vida prática é tanta que a aceitação e busca de
ajuda pode levar até dez anos.
Os profissionais que trabalham na
área sabem que não faltam exemplos de compulsões. Muito além de comer unhas, as
pessoas podem arrancar cabelos e até comê-los (ou só os seus bulbos), falar
palavras obscenas, tocar partes do corpo, entre milhares de outras
coisas. Não existem limites nem para a invenção aplicável em um ritual de
alívio e muito menos para suas consequências.
Sendo assim, o livro narra, ao lado
do drama pessoal vivido pelo escritor, que tinha medo de ser infectado pelo
vírus do HIV, a infelicidade de diversos outros como o caso da jovem que comeu
as paredes da própria casa, os jovens que morreram soterrados no lixo que eles
próprios acumularam, compulsivamente, em sua casa ou o jovem brasileiro que
ficou cego em um ritual de tocar suas órbitas oculares constantemente.
Alerta-nos ainda para a real
necessidade de não nos permitirmos estacionar nesse lado escuro da mente, onde
os pensamentos nos invadem e nos paralisam, bem como a procurar ajuda
especializada para o enfrentamento desses sintomas.
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