No período da
graduação, do curso de Psicologia, tive a oportunidade em um dos estágios que fazem
parte da grade curricular, em participar no grupo chamado Transtorno Alimentar. Neste mesmo grupo é
conversado junto com outros profissionais (psicólogos, psiquiatras,
nutricionistas, estagiários etc), buscando entender os sintomas que levaram os
pacientes a chegar à situação que esta sendo vivenciada.
Para os
que não fazem ideia, do que se trata, é muito sério, os transtornos alimentares
são quadros psiquiátricos caracterizados por uma grave perturbação do
comportamento alimentar, sendo a anorexia e a bulimia nervosas os dois tipos
principais. A anorexia nervosa pode ser definida como uma recusa sistemática em
manter o peso no mínimo normal adequado à idade e altura, acompanhada de uma
perturbação no modo como o indivíduo vivência seu peso e sua forma física. Já a
bulimia nervosa caracteriza-se por episódios de comer compulsivo, associados a
sentimento de descontrole sobre o comportamento alimentar.
Nos dois
casos o peso e o formato corporal exercem marcada influência na determinação da
auto-estima dos pacientes, que via de regra encontra-se rebaixada. Acredita-se
atualmente que exista uma etiopatogenia multifatorial, com hipóteses da
influência combinada da dinâmica familiar, do meio cultural e de aspectos da
personalidade do indivíduo como fatores concorrentes para a predisposição,
instalação e manutenção dos distúrbios.
A
influência do ambiente familiar sobre os transtornos alimentares é uma das
dimensões mais valorizadas desde que essas enfermidades foram descritas, sendo
que fatores familiares podem contribuir tanto para o desencadeamento como para
a manutenção do transtorno.
O mais
importante disso tudo, é compreender sobre o tratamento do paciente, que deve
envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo o médico da atenção primária,
nutricionista, e um psicólogo, os quais devem se comunicar regularmente. O
papel do médico da atenção primária é o de coordenar o tratamento, para gerir
as complicações médicas e para ajudar a determinar a necessidade de internação
hospitalar.
O
papel do nutricionista é monitorar o peso do paciente, controlar a ingestão
nutricional e sua condição física, usando um padrão nutricional para obter a
relação entre peso e a ingestão de alimentos como uma ferramenta para ajudar o
paciente a ver a necessidade da importância da boa nutrição para o tratamento.
As
intervenções de tratamento imediato, tanto para a anorexia e a bulimia são
destinadas a normalização nutricional e recuperação de padrões normais de
comer. Os melhores resultados iniciais ocorrem com a restauração do peso e
psicoterapia individual e familiar, assim que o paciente estiver clinicamente
apto a participar. A psicoterapia eficaz não pode ocorrer enquanto o paciente
estiver no modo de inanição ou debilitado.
Para os
pacientes que se recusam a terapia psicológica, o objetivo do médico ou o do
nutricionista deve ser o de ajudar o paciente a perceber a gravidade da situação
e trabalhar com ele para aceitar o tratamento psicoterápico.
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