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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Crise ou Oportunidade?

A Crise atual, seja econômica e política, inflação, desemprego, juros altos, inflação, etc. Não está sendo fácil viver no Brasil neste momento. Cada vez mais, vemos pessoas e famílias afligidas pela incerteza causada por esse cenário atual.
 Muitos já estão desempregados e outros estão assombrados pelo fantasma do desemprego, o que é terrível para a saúde mental e, com isso, as pessoas começam a adoecer. A tensão impera, o estresse é constante e a desesperança começa a tomar os pensamentos.
Os profissionais da saúde já começaram a notar um aumento da busca por tratamento. Algumas pessoas relatam estarem mais ansiosas, preocupadas, tensas e irritadas. Já outras se queixam de estarem se sentindo sem energia, sem esperanças e cheias de pensamento negativos.
Ninguém quer ou merece viver assim! Mesmo estando desempregado ou passando por uma situação difícil é preciso enxergar a luz no fim do túnel. Precisamos aprender a olhar para dentro e buscar uma forma de acalmar os ânimos. Será que um momento de dificuldade realmente significa a ruína completa? Será que a preocupação com algo que nos foge ao controle ajuda?
É tempo de respirar fundo, aquietar a mente e focar nas possibilidades. Deixar-se levar por emoções e pensamentos ruins não trará solução para qualquer problema e pode tornar tudo ainda mais difícil.
Muitas vezes, vemos pessoas agirem assim. Uma falha na mente não nos permite perceber o que, realmente, está acontecendo. É como tentar resolver um problema com um outro. Isso fica muito claro quando pensamos naquelas pessoas que usam o álcool ou outra droga para, repetidamente, “se curar” dos problemas. Além de não de resolverem o problema, acabam criando outros, como a dependência destas substancias.
Podemos aprender a perceber a vida e a nós mesmos com outros olhos. Podemos nos desvencilhar de padrões de pensamento e reações emocionais que não nos trazem benefício algum. Como? Com o auxílio que a psicologia, que pode nos proporcionar um aprendizado que nos é benéfico. Com a ajuda dela, podemos pensar em novas de formas enfrentar situações difíceis, buscar as possibilidades e desbravar outros caminhos.


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Insatisfeito com o trabalho.

Se você é daqueles que está com o sentimento “estranho” no ambiente/local no seu trabalho. E deve estar se perguntando, os motivos e tentando encontrar respostas por este sentimento de “estranheza”
Levar no consultório, sintomas de insatisfação no trabalho e ás dificuldades em lidar com seus respectivos líderes e funcionários. Muitas vezes lidar ou gerenciar outras pessoas não é uma tarefa fácil, mas é totalmente possível dar conta das relações profissionais e sociais.
O que também podemos notar, principalmente entre os executivos, está relacionada às questões sociais, conflitos entre funcionários, “como devo lidar com um funcionário teimoso?” “como devo agir com aquele funcionário que não está efetuando seu trabalho de forma adequada?”. Ser assertivo nessas horas pode ser mais difícil do que imaginamos.
Conflitos entre funcionários ou líderes sempre geram sentimentos ruins, aversão, ansiedade e estresse. Mas, antes de julgarmos as pessoas ao seu redor, pense: como você se relaciona no trabalho? E quais os motivos que te geram estresse?
Sempre pensamos que o problema está no outro, mas às vezes precisamos analisar nossos comportamentos e refletir sobre nossas condutas. 
No trabalho, mais do que na vida pessoal, é imprescindível saber lidar com as diferenças, pois é no trabalho que passamos a maior parte do tempo. Com isso, aprender estratégias e saber lidar com as situações incontroláveis e até mesmo com a ansiedade que isso tudo pode gerar, é um dos caminhos que te levam ao sucesso e satisfação pessoal.
Sendo assim, aceitar as diferenças também faz parte de um trabalho árduo, pois o ser humano tende a querer as coisas à sua maneira. Aceitar que as pessoas são diferentes e que podem ser competentes, cada um ao seu modo, pode facilitar sua vida profissional.
Na Psicoterapia, podemos destacar nossas frustações, e refletir como gostaria de trabalhar? Como gostaria, o seu relacionamento com teus colegas? E a vida pessoal? Misturado no meio de questões no trabalho? Tente sempre enxergar as diferenças de desempenho e como fontes de aprendizado, afinal “será que efetuando o trabalho dessa forma, conseguiremos ser mais eficientes?”. 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Dificuldade de relacionamento amoroso.

Hoje em dia, nos dá a sensação que é TUDO muito rápido e precoce. Entre duas pessoas, se encontram, sentem-se atraídas, conversam, trocas de olhares e “ficam”. A “ficada” por acontecer naquele dia, no instante da troca de olhares. Mas pode também avançar nos próximos encontros, por dias, semanas. Muitas pessoas já viram isso acontecer com pessoas próximas ou já passaram por essa situação.
Quando acontece de uma forma distante, pela rede social ou sem muitas explicações e sem motivos claros, pode deixar na outra pessoa algumas marcas. Muitas perguntas ficam sem respostas e esse silêncio dá margem para que várias inseguranças surjam. A pergunta “o que será que eu fiz de errado? ” soa cada vez mais forte no imaginário, trazendo angústia e tristeza.  No consultório é freqüente o número de homens e mulheres inseguros em relação ao seu próprio valor, com medo da rejeição e do abandono. E isso tende a ser uma bola de neve, quanto mais inseguro, mais medo de se relacionar e se abrir verdadeiramente para uma relação.
Antigamente, do tempo da minha vó e dos meus pais. Não tinham acesso com tanta facilidade, como hoje nós temos. A tecnologia avança tão rápido. Hoje em dia, muitas coisas de forma rápida e descartável, como comida, fotografia, vídeo, roupas, etc. Usufruímos das coisas sem precisar esperar muito ou se esforçar demasiadamente para tê-las.  
Nesse contexto muitas vezes acabamos transferindo esse comportamento também para as nossas relações. Quem aborda bem esse assunto é o sociólogo Zygmunt Bauman, que aponta a fragilidade das relações afetivas atuais. As relações terminam tão rápido quanto começam, as pessoas pensam terminar com um problema cortando seus vínculos, mas o que fazem mesmo é criar problemas em cima de problemas.
A proximidade entre duas pessoas sugere que haverá um relacionamento estável e isso pode incomodar, porque o compromisso exige um esforço real, uma capacidade de lidar com o momento pós-excitação da novidade. Quando nos compromissamos com algo significa que nos importamos com a outra pessoa, que estamos juntos em várias situações, que iremos conhecer os amigos e a família, ou seja, precisaremos nos doar e nos envolver de verdade com o outro, num relacionamento real, com rotina, desagrados e alegrias.
Uma relação também indica que em algum momento teremos que entregar uma parte nossa ao outro e essa parte não temos como controlar, é preciso confiar, confiar que o outro não vai me abandonar, que vai me respeitar, vai ser leal, vai querer o meu bem. Esse momento pode ser muito difícil porque não há garantias que um relacionamento dará certo ou não, e isso é da natureza das relações, só se sabe vivendo.
As relações amorosas são um grande exercício para o amadurecimento pessoal, quando gostamos de alguém temos que nos esforçar para entender a pessoa que amamos, sair da nossa perspectiva e olhar um pouco pela perspectiva do outro, encontrar soluções diferentes para os conflitos, fazer acordos, aceitar o que não aceitaríamos há um mês. Tudo isso contribui para o nosso desenvolvimento pessoal e emocional.
Sendo assim, tudo isso prova que manter relações estáveis e saudáveis fazem bem e promovem a felicidade. Quando há a vontade genuína de se relacionar é preciso entender as barreiras conscientes e inconscientes que impedem um relacionamento real. Às vezes construímos crenças no passado que nos atrapalham hoje, fatores inconscientes podem estar atuando na nossa vida, é preciso querer entende-los e ressignificá-los.
O processo do autoconhecimento é fundamental para mudarmos padrões que não servem mais e nos abrirmos para as mudanças que desejamos. A psicoterapia pode ser uma importante aliada nesse processo, pois ajuda a nos tornarmos mais flexíveis e mais generosos  conosco, construindo uma vida com mais amor e bem-estar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Suicídio- Como lidar?

Vi esses dias uma noticia, que não é tão nova assim. No Reino Unido, uma jovem de 21 anos, Vicky Harrison, matou-se com uma overdose de remédios, após ter experimentado mais de 200 tentativas fracassadas de arranjar emprego. Como estaria ela agora se alguma figura próxima tivesse reconhecido o perigo em que se encontrava e tivesse soado o alarme? Certamente terão sobrevindo preocupantes indícios que foram invariavelmente negligenciados.
Fonte da notícia: 
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/04/100423_jovemsuicidio_ba.shtml

A palavra suicídio assusta, não ? Por que acabar com a própria vida é um dos maiores paradoxos da existência humana ?. Jamais parece encontrar-se uma resposta. No entanto, apesar de todo o avanço tecnológico e civilizacional, o suicídio tem aumentado de forma assustadora, não destrinçando a origem social, económica ou cultural.
Os motivos comuns do suicídio encontram-se em diversas razões: depressões profundas e continuadas, transtornos da alimentação (anorexia ou bulimia), estados mais graves de afastamento da realidade, dependências de tóxicos e de álcool, sentimento de ser um encargo ou incómodo, desânimo incessante, dificuldades familiares, problemas escolares, tentativas anteriores de pôr termo à vida, obstáculos laborais, contrariedades sentimentais, reveses financeiros, enfermidades corporais crónicas, estados de enorme isolamento social e, frequentemente, a suspeita de que se é o único do mundo a sofrer daquela forma, o que intrapsiquicamente faz parecer obsoleto procurar ajuda. Por vezes, mais do que um destes factores cooperará no estabelecimento da fatal decisão.
Com o avanço de tecnologia, cresce cada vez mais, principalmente a comunicação de redes sociais e generalização da internet, sobrevêm perigos acrescidos. Não porque estes utensílios modernos sejam perniciosos em si, mas porque se ampliam as possibilidades dos indivíduos em risco, para o bem e para o mal. Tanto é mais acessível encontrar fontes de auxílio, como são desimpedidas as vias para o intercâmbio de patologias e depressões, amplificando-as. Por outro lado, em vários casos já documentados, a divulgação de casos de suicídio gera um fenómeno de imitação, especialmente quando a vítima é célebre, o que nos faz deter para meditar na sociedade da informação.
De que forma podemos ajudar a regredir esta fatalidade? Aumentando o nosso estado de alerta, de vigilância, de atenção. Observando indícios de tristeza, isolamento, mudanças de humor intrigantes, diálogos sobre a temática da morte, desmazelo continuado, desespero, depressão, murmúrios ou ameaças de suicídio, más notas ou maus resultados sucessivos.
Sendo assim, a partir do momento em que se identifica alguém em risco de cometer suicídio, deve ser procurada ajuda de forma imediata. Perante estruturas psicológicas que se encontram profundamente afectadas, poderá ser necessário recorrer ao uso de fármacos, ou até ao internamento, designadamente se existem planos e meios disponíveis para consumar o acto, ou se for estimado que a família da pessoa em risco não conseguirá envolver-se de forma proveitosa na recuperação do seu parente perigosamente perturbado. Em muitos casos, o acompanhamento psicoterapêutico regular terá efeitos benéficos manifestos, pois quando alguém crê que a própria extinção é a única saída, necessita de apoio para encontrar uma sã alternativa.

sábado, 23 de julho de 2016

Reflexão: Contos de fadas como ferramenta Psicoterápica

O texto de hoje será uma reflexão sobre os contos de fadas como ferramenta importante simbólica no processo psicoterápico analítico. Com esta reflexão, tem o grande objetivo fazer uma leitura simbólica do feminino nas mulheres contemporâneas. Podemos pensar: “Será  que diante da necessidade atual, as mulheres integram o masculino com um meio para se manter em evidência nos novos papéis por elas desempenhados?”. Contudo, quando a mulher não integra este masculino de maneira adequada, sufoca seu feminino, gerando conflitos a respeito de si mesma e no relacionamento com os outros, acarretando dificuldades de adaptação, esbarrando especialmente nos relacionamentos.
No decorrer do tempo a história das mulheres mudou, partiu dos papéis desempenhados em casa para o espaço público das cidades, do trabalho, da política, da guerra, resumidamente do papel de vítimas para ativas, aquelas que insistem nas relações entre os sexos e integra a masculinidade.
Em outro texto, comentei sobre os conceitos principais sobre o feminismo. Destaco novamente, que é por certo uma das principais fontes contemporâneas das transformações relacionadas ao despertar do feminino, que evidenciou muitas conquistas aos direitos das mulheres, mas que ao mesmo tempo despertou consideráveis dúvidas e conflitos em mulheres a respeito de si mesma, que determina que o interesse da mulher é pela alma, ou seja, “para ela, tem haver com sua noção de identidade; portanto é mais uma busca interior do que uma tentativa de encontrar seu lugar no mundo em geral”.
Nos dias atuais, o movimento das mulheres em buscar seu espaço ideal, um equilíbrio e uma integração com os princípios universais femininos. Ser mulher nos dias de hoje implica em buscar sua alma, atualmente é natural que as mulheres ocupem as mesmas posições que os homens no mercado profissional, e ao mesmo tempo, homens e mulheres também estão dividindo as responsabilidades pelo lar e pela família.
É importante ressaltar que as mudanças atuais não atingem todos os indivíduos ao mesmo tempo nem com a mesma intensidade, em geral as mulheres estão presentes nas mudanças, de coração e alma expressando vivências com conflitos, culpas e questionamentos, buscando caminhos em suas próprias trajetórias, com objetivo de encontrar seus próprios valores em todas as esferas da vida.
Certas vivências são bastante dolorosas e consequentemente muito difíceis de serem contidas pelo ego, a partir do momento que não se consegue lidar com estas situações emocionais, pode haver a possibilidade destas situações serem reprimidas, negadas ou submetidas a qualquer outro mecanismo para serem afastadas da consciência, que por sua vez, continuará com a necessidade da verdade e manterá a produção do sofrimento psíquico até que se dilua e integre estas situações. Com isso, se reforça a necessidade de um envolvimento mais profundo e corajoso com as forças femininas durante o processo psicoterapêutico com mulheres, proporcionando a devida estrutura para um enfrentamento destas vivências reprimidas, negadas ou mascaradas.
Através da psicologia analítica, podemos abrir possibilidades às mulheres buscarem bem estar e qualidade de vida, sem a necessidade de alterar sua rotina, mas sim, conhecendo-se um pouco mais. Visto que a teoria Junguiana busca o equilíbrio através do passeio por todas as possibilidades do indivíduo, podendo adequar o comportamento dentro da situação vivida, sempre procurando conhecer as polaridades.
Em todas as etapas do desenvolvimento humano, somos envolvidos por contos e mitos passados de geração à geração, entramos em contato com estas estórias na escola, em reuniões familiares ou em brincadeiras entre crianças, ou seja, de alguma forma, sempre entramos em contato com o universo simbólico dos contos, mitos e ritos. Os contos de fadas nos são apresentados sempre com seus fabulosos trajes simbólicos e com suas requintadas, porém, simples forma, contudo eles nos mostram as linhas básicas do destino humano, a evolução pela qual todos os indivíduos devem passar. Racionalmente os contos de fadas não são compreendidos desta maneira, muitas vezes são vistos apenas como tolas histórias infantis, porém, eles assim como os sonhos, penetram nas camadas inconscientes e ali deposita sua mensagem primordial e ao ser tocado simbolicamente esta semente germina trazendo possibilidade de um restabelecimento saudável do caminho da psique.
            Para compreender melhor, citarei alguns exemplos dos temas presentes nos contos de fadas com o objetivo de demostrar o quanto os enredos e tramas dos contos estão ligadas á dinâmica vivenciada por todos.

A Justiça: O mundo real raramente é justo, mas nos contos de fadas os bons são quase sempre recompensados e os maus severamente castigados. Nem a própria morte consegue intrometer-se num final feliz e justo. A consciência de que existe possibilidade de transformação através da justiça natural é uma parte importante do encanto dos contos de fadas.
As Fadas: As fadas fazem parte da cultura popular de muitos países e, no passado, era muito vulgar acreditar-se nelas, em especial nas áreas rurais. Dizia-se que eram espíritos ou anjos cadentes ou descendentes de crianças que Eva escondeu de Deus nos sonhos, ou remanescentes de uma raça primitiva de seres humanos. De um ponto de vista psicológico diremos que, nos mitos como nos contos, essas personagens são figuras arquetípicas que à primeira vista, não tem nada a ver com seres comuns. Podem estar associadas à figura da mãe arquetípica, à velha sábia, ou à representação da Amina positiva.
As Bruxas: Aparecem como fada má. Encarnam o orgulho ferido e o rancor. Podem representar aspectos da Sombra; a personificação da Anima negativa, demoníaca; aquela que tem o poder da destruição e dos feitiços.
O verdadeiro amor vence tudo: Nos contos de fadas é o amor e não o dinheiro, a posição social e poder que fazem girar o mundo. Um príncipe pode casar com a criada da família, ou a prisioneira de uma bruxa. Nem mesmo aqueles que asseguram que nunca se casarão, resistem ao amor; o seu destino será apaixonar-se. No plano psicológico, isso pode significar; para uma mulher e integração do Animus positivo e para o homem, a integração da Anima positiva. A grosso modo significa a possibilidade do estabelecimento de ligações afetivas.

Ao considerar, mediante a teoria analítica, que todo individuo nasce com todos os núcleos arquetípicos e são os complexos afetivos que interferem na estrutura deste indivíduo, tendo assim importante papel no desenvolvimento da personalidade, podemos afirmar que trabalhar estes complexos afetivos durante a psicoterapia, proporciona o reencontro com a essência, libertando a pessoa, submetida ao processo, de seus padrões egóicos.
No trabalho psicoterápico, os contos de fadas podem ser utilizados como um elemento facilitador do processo, contribuindo com o paciente em seu desenvolver. O fundamental neste momento é o significado simbólico que o conto terá no momento em que é colocado, já que de fato, conforme Silveira (1997), os contos tem origem nas camadas profundas do inconsciente e pertencem ao mundo dos arquétipos, todos fatores que interessam e contribuem com a psicologia analítica.
Assim como, as mulheres ao ouvirem a história, poderão ser levadas a uma mudança pessoal, isso através das imagens que esta história conduzirá ao seu inconsciente e desta forma trabalhar seus conteúdos e resolver problemas eventuais
Esta integração pode ser positiva, possibilitando a mulher seu verdadeiro despertar feminino através desta integração, além de manter as mulheres as conquistas já atingidas e as novas possibilidades que se abrem, porém, este processo não é simples assim para todas as mulheres, para algumas esta masculinidade torna-se capaz de sufocar o feminino, criando barreiras para que sua essência flua e gerando conflitos a respeito de si mesmas e que em geral esbarra principalmente nos relacionamentos, sejam amorosos, afetivos ou profissionais. Neste contexto se faz necessário quebrar as barreiras criadas dentro desta condição, diluindo assim os entraves resultando na maturação de suas relações com os outros e consigo mesma. Parte-se do principio que esta quebra não é simples assim, afinal, estamos tratando de aspectos subjetivos difíceis de serem alcançados, especialmente pela potencialidade da rigidez e racionalidade características nas mulheres com estes conflitos ativados.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Transtorno Alimentar, como lidar?

        No período da graduação, do curso de Psicologia, tive a oportunidade em um dos estágios que fazem parte da grade curricular, em participar no grupo chamado  Transtorno Alimentar. Neste mesmo grupo é conversado junto com outros profissionais (psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, estagiários etc), buscando entender os sintomas que levaram os pacientes a chegar à situação que esta sendo vivenciada.
Para os que não fazem ideia, do que se trata, é muito sério, os transtornos alimentares são quadros psiquiátricos caracterizados por uma grave perturbação do comportamento alimentar, sendo a anorexia e a bulimia nervosas os dois tipos principais. A anorexia nervosa pode ser definida como uma recusa sistemática em manter o peso no mínimo normal adequado à idade e altura, acompanhada de uma perturbação no modo como o indivíduo vivência seu peso e sua forma física. Já a bulimia nervosa caracteriza-se por episódios de comer compulsivo, associados a sentimento de descontrole sobre o comportamento alimentar.
Nos dois casos o peso e o formato corporal exercem marcada influência na determinação da auto-estima dos pacientes, que via de regra encontra-se rebaixada. Acredita-se atualmente que exista uma etiopatogenia multifatorial, com hipóteses da influência combinada da dinâmica familiar, do meio cultural e de aspectos da personalidade do indivíduo como fatores concorrentes para a predisposição, instalação e manutenção dos distúrbios.
A influência do ambiente familiar sobre os transtornos alimentares é uma das dimensões mais valorizadas desde que essas enfermidades foram descritas, sendo que fatores familiares podem contribuir tanto para o desencadeamento como para a manutenção do transtorno.
O mais importante disso tudo, é compreender sobre o tratamento do paciente, que deve envolver uma equipe  multidisciplinar, incluindo o médico da atenção primária, nutricionista, e um psicólogo, os quais devem se comunicar regularmente. O papel do médico da atenção primária é o de coordenar o tratamento, para gerir as complicações médicas e para ajudar a determinar a necessidade de internação hospitalar.
O papel do nutricionista é monitorar o peso do paciente, controlar a ingestão nutricional e sua condição física, usando um padrão nutricional para obter a relação entre peso e a ingestão de alimentos como uma ferramenta para ajudar o paciente a ver a necessidade da importância da boa nutrição para o tratamento.
As intervenções de tratamento imediato, tanto para a anorexia e a bulimia são destinadas a normalização nutricional e recuperação de padrões normais de comer. Os melhores resultados iniciais ocorrem com a restauração do peso e psicoterapia individual e familiar, assim que o paciente estiver clinicamente apto a participar. A psicoterapia eficaz não pode ocorrer enquanto o paciente estiver no modo de inanição ou debilitado.
Para os pacientes que se recusam a terapia psicológica, o objetivo do médico ou o do nutricionista deve ser o de ajudar o paciente a perceber a gravidade da situação e trabalhar com ele para aceitar o tratamento psicoterápico.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A dor da decepção, é bom?

                Nós seres humanos, infelizmente, temos o costume de empregar termos sem realmente refletir sobre o sentido ou significado. E é assim que damos uma conotação positiva ou negativa a determinadas palavras, sem que verifiquemos se essa conotação é adequada ou não. O problema é que palavras nunca são inofensivas, já que as que usamos e escutamos influenciam nossa forma de agir, de pensar e de ver o mundo à nossa volta.
           Em outro texto, falei sobre o poder das palavras que usamos e torna importantíssimo escolher e empregar conscientemente as palavras que falamos ou escrevemos e filtrar com atenção as palavras que escutamos. Temos que ter cuidado especial porque temos também a tendência de confundir o que é agradável com bom e o que é desagradável com ruim, o que é um equívoco claro. O parto de uma criança, por exemplo, pode ser uma experiência desagradável para a mãe, já que é não raramente acompanhada de dor e muito esforço físico e psíquico. Todavia somos unânimes de que o nascimento de uma criança é uma coisa boa. Bom, nesse exemplo é facilmente perceptível que o desagradável não tem que ser necessariamente ruim, mas isso nem sempre é fácil de se reconhecer em inúmeras situações cotidianas, fazendo com que alimentemos diariamente essa confusão terminológica, trocando as bolas e atribuindo uma conotação negativa a algo bom só por ser desagradável, como é o caso da DECEPÇÃO.
            É natural que as emoções,  tristes, frustrados, desapontados ou até irados quando somos decepcionados… Sofrer uma decepção é uma experiência desagradável, às vezes até extremamente dolorosa, principalmente quando nos decepcionamos com alguém próximo, com quem temos uma relação mais estreita. Mas a decepção é uma coisa ruim? Não, não é. Pelo contrário: decepcionar-se é uma coisa boa, importante para o amadurecimento humano, já que se decepcionar significa perder a ilusão em relação alguém ou alguma coisa, quando algo inesperado destrói nossas expectativas.
A palavra “DECEPÇÃO” vem do latim deceptio, que significa engano ou dolo. Ou seja, quando decepcionamos alguém, o enganamos, quando nos decepcionamos, fomos enganados ou enganamos a nós mesmos. Agora responda: não é bom se livrar de um engano, de uma ilusão, de uma farsa, de algo que achávamos que era de uma forma, mas que na verdade sempre foi diferente?
            Uma pessoa decepcionada reage de acordo com o princípio “fui enganada!”, mas normalmente a “culpa” nem é (somente) do outro. Nós é que insistimos em ver algo como queremos ver, criando nossa própria realidade de forma conveniente para nós. Um bom exemplo é quando nos apaixonamos e vemos tudo de forma colorida, sem questionar e sem ver as coisas como são, projetando no outro aquilo que queremos e confundindo a ilusão da paixão com a realidade. Quando a paixão passa e vemos quem o outro é de verdade, ficamos decepcionados e nos sentimos enganados, o que é legítimo e compreensível, mas é importante se perguntar: enganado por quem? Pelo outro ou por nós mesmos? É importante entender que você mesmo é responsável pelas decepções que você vive.
          Assim como, a escolha é nossa. Quanto maior a nossa expectativa em relação a elas, maior a probabilidade de nos decepcionarmos. Por que isso acontece?
           Se quisermos ser amados ou admirados por todos, vamos nos sentir decepcionados em muitas oportunidades; também ficamos frustrados quando não fazem conosco ou para nós, o mesmo que acreditamos ter feito de bom aos outros: somos gentis no trânsito na expectativa que sejam gentis conosco; somos honestos porque esperamos honestidade dos outros; evitamos fazer fofocas porque não queremos ser vitimas delas… Somos “nós” os parâmetros para nossos conceitos de bondade, gentileza, compreensão e honestidade. O “quanto” e “como” gostaríamos de sermos amados, respeitados e considerados somos nós que estabelecemos, portanto a responsabilidade pelo desapontamento pelo que recebemos é nossa. Bom seria se amassemos e ajudássemos as pessoas, cumpríssemos a lei e as regras sociais por uma questão de consciência pessoal; certamente o que recebêssemos em troca seria bem vindo e evitaríamos muito sofrimento emocional inútil.
         Não esperar nada dos outros parece sem sentido para muita gente, que não consegue imaginar o mundo sem que ele seja um reflexo de si mesmo e de seus pensamentos e desejos. Aceitar que a sua opinião possa não ser a melhor, que a sua atitude possa não ser a mais correta, e que o outro possa ter suas razões da mesma forma que você tem as suas, e que ele possa querer se preservar como você, exige humildade.