Seguidores

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Quem disse que ciúmes é sinal de amor?


O preconceito, porém, sempre esteve presente no dia a dia. Quem nunca ouviu alguém dizer que “psicoterapia é coisa de louco”?  Muitas pessoas sentem-se como ameaça, como por exemplo “terapeuta saberá muito sobre mim do que eu mesmo, descobrirá os segredos, o que os outros irão pensar sobre mim, que vou ao psicólogo?”
            Refletindo melhor sobre este assunto, podemos perceber, que pedir ajuda é um grande sinal de salubridade psíquica. Indica que você foi capaz de perceber e autodiagnosticar uma forma de sofrimento. Sugere também que você entende que isto não é apenas uma deficiência moral, uma insuficiência de sua educação ou uma ofensa ao seu sistema de crenças. O autodiagnóstico é parte do processo de cura. O clínico tenderá ajudar a interpretar este movimento crítico como parte de seu desejo de transformação.  
            Muitas pessoas chegam aos consultórios de psicologia, ansiosas  em busca de uma resposta, uma palavra que encerre a dor, a angústia e, às vezes, a culpa ou as dúvidas que as afligem. Isso, porém, nem sempre é fácil, e de pouco adianta se o paciente não puder compreender o que se passa com ele e se responsabilizar pelo próprio tratamento, atribuindo sentidos a sua patologia.
            Mas o que é ciúmes? Ciúme é um conjunto de sentimentos aversivos (frustração, raiva, inferioridade, tristeza) indicativos da insegurança sobre os sentimentos do(a) parceiro(a). A razão para o equívoco é porque confundimos normal com bom. Sim, o ciúme é um sentimento normal. Todos nós sentimos ciúme em algum grau em vários momentos ao longo da vida. Ou seja, é normal (e inevitável) sentir-se inseguro em relação aos sentimentos do(a) parceiro(a) de vez em quando, mas esse sentimento nunca é bom, uma vez que é percebido como angústia.
Há quem diga que o ciúme é sinal de amor. Errado. Pode ser, no máximo, sinal de gostar. Amar é muito mais do que simplesmente gostar de alguém. Podemos gostar de alguém assim como gostamos de viajar. Gostar tem a ver com a própria satisfação ao ter acesso ao objeto do gosto (a viagem, o prato, o objeto…) e amar envolve necessariamente a troca envolvida na relação. O amor é produto da relação, só existe se for compartilhado pelas pessoas envolvidas nela. O resto é gostar e diz respeito à satisfação individual.
 Assim, sentimos ciúme por gostarmos do outro (processo egocêntrico) e não por amá-lo (processo altruísta). A bem da verdade, o ciúme crescente pode simplesmente acabar com o amor existente na relação.
Quando a namorada aceita usar uma saia mais longa a pedido do namorado, ela está reforçando o modo equivocado dele de enfrentar o sentimento de ciúme. As situações seguintes serão resolvidas da mesma forma e provavelmente de modo cada vez mais intenso. É como a sensação de alívio do usuário de droga gerada pelo consumo da substância durante a fissura. É um processo que se retroalimenta positivamente. Quanto mais se atende às demandas do ciumento, mais ciúme haverá. Esta é uma variável interveniente mas a única pessoa que pode vencer o ciúme é o próprio ciumento, aprendendo a lidar com ele.
Sendo assim, o primeiro passo para aprender a lidar com o próprio ciúme é admitir que o sente e assimilar que a solução só depende de si. Qualquer expectativa de solução que dependa do(a) parceiro(a) determinará o fracasso na superação. Também é importante refletir sobre as situações passadas, seja de relacionamentos anteriores ou mesmo do relacionamento atual; identificar as consequências do ciúme ajuda na motivação para construir alternativas de enfrentamento.

terça-feira, 12 de abril de 2016

TEATRO Alice no País das Maravilhas - com os atores surdos,


          Alice no País das Maravilhas, um dos maiores clássicos da literatura mundial, promove uma peça rara adaptada para aos ouvintes e surdos realizada através de financiamento de FUMPROARTE- Secretaria Municipal de Cultura.
O elenco é composto por atores surdos e foi apresentada no dia 12/04/2016 em Libras- Língua de Sinais Brasileira pelo Signatores (Único grupo composto por atores surdos na região Sul do Brasil). Desta vez, o espetáculo é feito para surdos, com acessibilidade para ouvintes, criando um espaço de plateia compartilhada, onde a inclusão deixa de ser um conceito teórico para se transformar em prática.
         O objetivo é mostrar a Língua Brasileira de Sinais e torná-la visível. “E junto com esse movimento, estamos aqui para proporcionar ao público surdo uma das poucas situações onde o protagonista é surdo, onde ele está em evidência e, quem sabe, fazer com que ele, da plateia, consiga perceber a própria força e potencial”, completa Adriana.
       Os incríveis cenários e figurinos são compostos por gigantescas dobraduras de papel (origamis) que se transformam constantemente diante do público. O trabalho da cenografia é de Álvaro Vilaverde; e Margarida Rache assina a criação do figurino.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Como conviver com doenças crônicas?


De acordo com os avanços da tecnologia, a grande possibilidade, hoje em dia, o diagnóstico precoce das doenças, e a terapêutica adequada permite, muitas vezes, o controle de sua evolução e cura. Mesmo com esses avanços, algumas doenças, especialmente as crônicas, promovem alterações orgânicas, emocionais e sociais, que exigem constantes cuidados e adaptação.
Crianças por exemplo, o esperado é que ela viva situações de saúde para crescer e desenvolver-se dentro dos limites da normalidade, porém quando, a descoberta , na condição de doente, como todo ser humano, tem seu comportamento modificado. Sua reação diante dessa experiência desconhecida, que é a doença, pode lhe trazer sentimentos de culpa, medo, angústia, depressão e apatia, e ameaçar a rotina do seu dia-a-dia.
Nos casos crônicos, especialmente, a criança e o adolescente têm seu cotidiano modificado, muitas vezes, com limitações, principalmente físicas, devido aos sinais e sintomas da doença e podem ser freqüentemente submetidos a hospitalizações para exames e tratamento à medida que a doença progride. Assim, a hospitalização permeia seus processos de crescimento e desenvolvimento, modificando, em maior ou menor grau, o cotidiano, separando-os do convívio de seus familiares e ambiente.
Existem três fases na história da doença crônica: a fase de crise, caracterizada pelo período sintomático até o início do tratamento, ocorrendo uma desestruturação na vida da criança/adolescente e família; a fase crônica, marcada pela constância, progressão e remissão do quadro de sinais e sintomas, quando a criança/adolescente e família procuram dar autonomia e reestruturação às suas vidas, e a fase terminal, abrangendo desde o momento em que a morte parece inevitável, até a morte propriamente dita.
A criança/adolescente percebe a gravidade de sua doença, conhece o tratamento e os efeitos colaterais de alguns medicamentos, procura entender e justificar os procedimentos realizados, assim como o desconforto das rotinas, muitas vezes rígido, a que são submetidos, em função de sua recuperação e cura.
Sabemos que é fundamental, na assistência à criança/adolescente, o cuidado contemple não somente os aspectos técnicos, mas também suas necessidades físicas, emocionais e sociais e que, através de estratégias, minimize o estresse ocasionado pelas intervenções, tanto físicas quanto emocionais. Como estratégias, podemos citar o brinquedo terapêutico, utilizado em algumas das unidades pediátricas, no preparo das crianças, diante de alguns procedimentos, permitindo o alívio de ansiedades e medos causados por experiências ameaçadoras; brinquedos e espaços para as crianças brincarem, sendo incentivadas atividades lúdicas; presença de pais, irmãos e colegas durante a internação hospitalar, para que o convívio familiar e social não seja profundamente modificado nesse processo.
Assim como, o hospital não é visto, pelas crianças e adolescentes, apenas como espaço de cura e dor, mas também como lugar de alegria e prazer, pelas brincadeiras que ocorrem durante as atividades de recreação e comemorações festivas. Nessa     situação, uma oportunidade para a promoção do seu desenvolvimento, pois, nesses momentos, a criança/ adolescente passa de uma condição passiva, que a doença e o ambiente, muitas vezes, impõem, para uma posição ativa, que desenvolve suas potencialidades, “recuperando”, assim, sua normalidade.
Considerando que a criança e o adolescente vivenciam sentimentos e situações complexas no cotidiano da doença crônica, é importante que os profissionais de saúde conheçam essas demandas e as incorporem ao plano de cuidados, visando a uma intervenção efetiva para a promoção do crescimento e desenvolvimento.

Quando a ansiedade passa dos limites



Os principais sintomas da ansiedade excessiva causa falta de ar, inquietação, palpitação. A maior parte das pessoas que sentem intensamente esses sintomas, buscam a emergência médica na busca de uma resposta para a pergunta: “ O que está acontecendo comigo? ”. Só que apesar dos sintomas físicos, nem sempre essa resposta se apresenta nos exames de saúde.
            A ansiedade e o estresse têm a função positiva de colocar o nosso corpo em estado de alerta para enfrentar ou fugir de uma situação ameaçadora. Porém, hoje em dia vivemos constantemente na expectativa que algo ruim pode nos acontecer e, por isso, a necessidade de precaução sempre. Isso quer dizer que colocamos o nosso mecanismo biológico de alerta em ação o tempo inteiro, independentemente de uma ameaça real estar acontecendo. O resultado é um número cada vez maior de pessoas que não conseguem desconectar, relaxar, dormir adequadamente e se sentem esgotados na maior parte do tempo.
            São vários os fatores externos e internos que, associados, podem nos levar a uma condição de desequilíbrio. Um fator que contribui para esse estado de alerta constante é a quantidade de informações que consumimos diariamente. Estamos sempre lendo notícias e textos rápidos, seja na rede social, na televisão, nas revistas, etc. Muitas dessas informações nos passam situações problemáticas e a mensagem do quanto precisamos ficar alertas para não sermos assaltados, para evitarmos acidentes conosco e com quem amamos, para garantir o emprego e a promoção desejada, etc. Claro que a informação pode nos ajudar, mas absorver todas essas mensagens sem questionar, reforça a ideia de que precisamos estar alertas e no controle o tempo todo para garantirmos a nossa segurança e o sucesso naquilo que desejamos.
            Há vários caminhos para lidarmos melhor com as situações de estresse, e todas passam pelo autoconhecimento. Saber o que dispara o estresse em nós é parte da solução.
Assim como, é preciso desconstruir algumas ideias cristalizadas em nós, como aprender a confiar na vida e aceitar que ela vai seguir seu curso, quer estejamos no controle total ou não. Isso quer dizer que é fundamental fazermos a nossa parte, mas que ela não é garantia plena do sucesso, outros fatores podem interferir nos nossos planos e mudar o curso da vida, e é importante pensar a respeito, aceitar e perceber se há algo a aprender com isso. Outra mudança importante é voltar o olhar para aquilo que também dá certo e muitas vezes de uma forma inesperada, reconhecendo os pequenos gestos que acontecem diariamente.

Uma gentileza de alguém desconhecido, um telefonema de um amigo distante, um elogio, pequenas coisas que podem tornar o nosso dia mais agradável.  Reconhecer que o cotidiano também tem o seu lado bom, torna a vida mais leve e nos ajuda a confiar e descansar um pouco das nossas angústias, e o nosso bem-estar.

LIVRO: O homem que não conseguia parar- TOC e a História real de uma vida perdida em pensamentos - David Adam (2014)

O Livro mostra quando o sujeito reconhece nos pensamentos exagerados e bizarros, e permanece de um jeito que você não consegue esquecer. Para tentar se livrar desses pensamentos, você já criou rituais como conferir certo número de vezes se trancou a porta da sala, lavou as mãos repetidas vezes, bateu na parede toda vez que escutou determinada palavra porque, caso não o fizesse, cada um da sua família correria risco de morte? Você percebe que aqueles pensamentos são irracionais e inconvenientes, contudo, o quanto mais pensa que deve esquecer, mais se lembra de tudo deles?
    O livro está repleto de relatos que farão com que aquele que possui sintomas similares não se sinta sozinho ou tão envergonhado pela própria excentricidade.
      Pessoas que realmente desenvolvem quadros de TOC podem gastar até seis horas por dia em suas obsessões e quatro horas em suas compulsões em busca de alívio. Desvia-se então toda a energia vital para pensamentos fixos e suas variáveis em um quebra-cabeças mental de como não contaminar-se por uma doença, não agredir alguém ou mesmo se está suficientemente limpo. A complexidade dos sintomas e sua mistura entre real, imaginário, culpa, rituais e vida prática é tanta que a aceitação e busca de ajuda pode levar até dez anos.
            Os profissionais que trabalham na área sabem que não faltam exemplos de compulsões. Muito além de comer unhas, as pessoas podem arrancar cabelos e até comê-los (ou só os seus bulbos), falar palavras obscenas, tocar partes do corpo, entre milhares de outras coisas.  Não existem limites nem para a invenção aplicável em um ritual de alívio e muito menos para suas consequências.
            Sendo assim, o livro narra, ao lado do drama pessoal vivido pelo escritor, que tinha medo de ser infectado pelo vírus do HIV, a infelicidade de diversos outros como o caso da jovem que comeu as paredes da própria casa, os jovens que morreram soterrados no lixo que eles próprios acumularam, compulsivamente, em sua casa ou o jovem brasileiro que ficou cego em um ritual de tocar suas órbitas oculares constantemente.
            Alerta-nos ainda para a real necessidade de não nos permitirmos estacionar nesse lado escuro da mente, onde os pensamentos nos invadem e nos paralisam, bem como a procurar ajuda especializada para o enfrentamento desses sintomas.

Feliz Páscoa!


Páscoa é renovação
viva o verdadeiro sentido da Páscoa,
Renove suas atitudes,
Inove nos relacionamentos,
Reveja sua rotina e avalie seus pontos de vista,
Seja mais feliz a cada dia e faça sempre o melhor em tudo que se propuser a fazer.

O poder da autoestima




As relações interpessoais são fundamentais para a vida humana. A cada ser vivo no planeta, principalmente mamífero, necessita da troca afetiva possibilitada pelas relações com os outros. O modo que convivemos com as pessoas revela como aprendemos a lidas com as nossas emoções, frustrações e como nos relacionamos primariamente conosco.
            Dessa maneira, é muito possível que uma pessoa com boa relação intrapessoal terá boas relações interpessoais. Por isso, hoje em dia, valoriza-se tanto a inteligência emocional. Ela terá diretamente ligada ao modo como a pessoa se posiciona na vida.
A autoestima a determina e direciona pensamentos, emoções e comportamentos. Começa a ser desenvolvida no nascimento, por meio de relação com os pais e com o mundo á volta da criança. O nível da autoestima que uma pessoa manifesta influencia tudo em sua vida. Em função disso, a saúde, o trabalho, as relações pessoais e comerciais são diretamente afetadas pelo nível de autoestima de cada um.
Mas o que é autoestima? A autoestima é a fonte do nosso poder pessoal, da capacidade que todo o ser humano tem de influenciar e ser influenciado nas relações sociais. Em todos os tipos de relações a autoestima é o pano de fundo, pois ela determinará o modo como o individuo irá lidar com o seu corpo, se emocionar e agir. Em situações de trabalhos, por exemplo, pessoas mais elevada autoestima tendem ser mais ágeis, a falar assertivamente o que querem, a lutar pelos seus objetivos de modo claro. Alguns com autoestima alta, acredita em sí mesmo, é o que quer ser, goza a vida e assume responsabilidades sem culpar os outros e sem justificar-se pelas escolhas que faz.
O modo como às crianças desenvolvem a compreensão de si na infância, por meio da relação com os cuidadores, com a família, a escola e os colegas, determina e orienta o autoconceito. Crianças com baixa autoestima tendem a ser adolescentes autodestruitivos, podemos utilizar alguns recursos como violência, sexo descuidado, drogas ou ainda uma timidez excessiva, que promove um autodirencionamento para a reclusão ou a associação com grupos que se colocam á margem da sociedade.
Sendo assim, crianças que crescem no ambiente permissivo tendem a ter dificuldade em seguir regras e normas, em respeitar os direitos dos outros e cumprir metas pessoais. Pais que tem dificuldades na aplicação de limites realistas promovem na criança um sentimento de merecimento, de grandiosidade, falta de autocontrole e de autodisciplina. O futuro adulto terá como forte característica o egoísmo, que geralmente mascara um autoconceito fragilizado e uma imagem deturpada de sí mesmo, característico da baixa autoestima.